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    Mayo Clinic identifica genes que predizem se o trastuzumab pode ajudar pacientes com câncer de mama

SAN ANTONIO, Texas — A adição do medicamento trastuzumab à quimioterapia previne a recorrência de câncer e assegura maior tempo de sobrevivência a um grande número de mulheres com câncer de mama HER2-positivo em estágios iniciais. Mas o trastuzumab não impede o reaparecimento de tumores em cerca de 25% das pacientes — e os oncologistas não conseguiram identificar essas mulheres antes do tratamento. Essa situação deve mudar em breve, de acordo com um estudo da Clínica Mayo, apresentado no "2012 CTRC-AACR San Antonio Breast Cancer Symposium" (Simpósio do Câncer de Mama de 2012 em San Antonio).

ALERTA DE VÍDEO: Video com a médica Edith Perez disponível na Mayo Clinic News Network.

Uma equipe de pesquisadores dos EUA, liderados por oncologistas da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, descobriu 27 genes que estão significativamente associados a um bom resultado decorrente do uso simultâneo de trastuzumab com quimioterapia, bem como cinco outros genes ligados a um resultado ruim, quando usado o mesmo regime de tratamento.

Os resultados do estudo — o primeiro a usar o perfil de expressão do gene para predizer o resultado do trastuzumab como elemento adjuvante no tratamento do câncer, segundo se acredita &mcash; vai oferecer certos benefícios, em potencial, no futuro, diz a diretora adjunta do Centro Integral do Câncer da Clínica Mayo e diretora do Programa de Genômica Translacional do Câncer de Mama da Clínica Mayo, Edith Perez.

"Essas descobertas também estão nos colocando mais próximos de desvendar os fatores biológicos que são relevantes para alcançar resultados benéficos para as pacientes, o que vai nos ajudar a melhorar o tratamento médico", ela diz.

Por exemplo, a descoberta pode ajudar os cientistas a conceber um exame genético que, por sua vez, pode ajudar os oncologistas a definir o melhor tratamento para pacientes com HER2-positivo, afirma a médica.

Análises posteriores vão esclarecer o funcionamento biológico interno dos tumores individuais do HER2-positivo, o que pode trazer sugestões para novas formas de tratamento, ela explica. Os pesquisadores já descobriram que os genes ligados a esse resultado podem ser agrupados em categorias diferentes que afetam o funcionamento do tumor, como o ciclo celular, a morte celular, a sinalização de receptores celulares e a transcrição genética.

Edith Perez e sua equipe planejam buscar validação para sua descoberta através de colaborações com pesquisadores dos Estados Unidos e da Europa, que vêm liderando os estudos clínicos com o trastuzumab.

"Estamos a caminho do desenvolvimento de um exame preditivo, que poderá definir o tratamento certo para pacientes, individualmente, o que é muito estimulante", ela diz.

O estudo foi financiado por verbas do Instituto Nacional do Câncer, com apoio adicional da Fundação de Pesquisa do Câncer de Mama e da Fundação 26,2 com Donna. O estudo clínico N9831 foi conduzido pelo Grupo de Tratamento do Câncer North Central, agora parte da Aliança para Estudos Clínicos em Oncologia. Edith Perez é vice-presidente de grupo da Aliança.

Entre os coautores do estudo estão pesquisadores das unidades da Clínica Mayo de Florida, de Minnesota e do Arizona; da Universidade de Indiana; do Instituto do Câncer Dana-Farber; da Universidade de Washington; e da Ventana Medical Systems-Roche, de Tucson, Arizona.

A Aliança para Estudos Clínicos em Oncologia é composta por uma rede nacional de estudos clínicos, patrocinada pelo Instituto Nacional do Câncer que, por sua vez, integra uma rede de aproximadamente 10 mil especialistas em câncer, que trabalham em hospitais, centros médicos e clínicas comunitárias nos EUA e no Canadá. A Aliança se dedica ao desenvolvimento e condução de estudos clínicos com novas e promissoras terapias para o câncer e utiliza o melhor das ciências para desenvolver estratégias otimizadas de tratamento e prevenção do câncer, bem como de métodos de pesquisa, para aliviar os efeitos colaterais do câncer e dos tratamentos do câncer. Para saber mais sobre a Aliança, visite o website da Alliance.

Para mais informações sobre tratamento de câncer de mama e outros tipos de câncer na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 904-953-7000 ou envie um email para intl.mcj@mayo.edu.

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