Especialista da Mayo Clinic responde perguntas sobre exame para câncer de mama, níveis de risco e o que há de mais moderno em diagnóstico por imagem

uma mulher sentada em um sofá olhando pela janela, cruzando as mãos e parecendo triste, preocupada, preocupada

A pandemia da COVID-19 tornou mais difícil para algumas pacientes manterem seus exames regulares para câncer de mama em dia. No começo da pandemia, exames de mamografia diminuíram significativamente. Agora, os médicos estão trabalhando para disseminar a informação de que não é somente seguro para pacientes irem e retornarem aos seus exames regulares, como também é vitalmente importante.

Neste Perguntas e Respostas, a Dra. Saranya Chumsri, oncologista da Mayo Clinic, responde perguntas sobre exame para câncer de mama, níveis diferentes de risco para grupos étnicos diferentes e o que há de mais moderno em diagnóstico por imagem:

P: Atrasar o exame para câncer de mama pode significar a diferença entre a vida e a morte para algumas pacientes?

R: Se o câncer de mama for detectado cedo, como no estágio 1 ou estágio 0, o câncer de mama nesses estágios pode ser altamente curável. Mas se você esperar até que o câncer comece a crescer, especialmente se começar a se espalhar para os gânglios linfáticos, então a taxa de cura é bem menor. Se começar a espalhar para outro lugar, então se torna incurável.

Eu consigo pensar em algumas pacientes nos últimos meses que tinham um nódulo na mama desde o começo da pandemia, lá em fevereiro ou março, e decidiram que não queriam vir por causa da COVID-19. Como a massa estar crescendo, o câncer de algumas dessas pacientes estava crescendo através da pele. Existem vários desses casos tristes. Eu acho que se você sente algo diferente nos seios, comparado ao que era anteriormente, você deve tentar vir e procurar ajuda médica imediatamente.

P: O risco de contrair COVID-19 por ir fazer um exame, como a mamografia, é pequeno. No entanto, se as pacientes ainda estão nervosas para ir ao ambiente clínico, elas podem optar por um autoexame de mama?

R: Um autoexame de mama pode ser difícil para algumas mulheres, dependendo da consistência de seus seios. Algumas mulheres têm seios grumosos para começar e pode ser difícil discernir qual caroço é câncer e qual não é. Um autoexame de mama é bom, mas não é o suficiente.

P: Como os pacientes podem determinar seu risco de desenvolver câncer de mama?

R: Existem maneiras que conseguimos calcular o risco de câncer de mama em cada paciente. Atualmente, existem diversos modelos usados na clínica. Alguns desses modelos incluem o modelo de Gail e um outro chamado de modelo de Tyrer-Cuzick. Esses modelos consideram sua idade na menarca, quantos filhos você teve e se você já passou por biópsia da mama. Todas essas coisas podem ser inseridas no cálculo. Então será mostrado seu risco estimado na vida para câncer de mama.

Se você se encaixar em certos critérios, como no modelo de Gail, se for mais de 1,66 por cento em cinco anos, isso qualificaria algumas pacientes para receberem o que é chamado de quimioprevenção. Em outras palavras, os bloqueadores de hormônios que são usados para ajudar a prevenir o câncer de mama de voltar podem também prevenir o câncer de mama de acontecer, em pacientes de alto risco. Esses medicamentos podem ajudar a diminuir o risco em cerca de 65 por cento.

Se você está preocupada com o risco de câncer de mama, talvez seja uma boa ideia discutir isso com seu médico. Ele ou ela deve ser capaz de ajudá-la a calcular esses riscos. Se você se encaixar nesses critérios, talvez seja uma boa ideia ir a um especialista de mama para considerar esses medicamentos de maneira a ajudar a prevenir o câncer de mama e também para ser examinada adequadamente para câncer de mama com uma mamografia e uma ressonância magnética da mama.

P: Existem diferentes níveis de risco para diferentes grupos étnicos?

R: Diferentes grupos étnicos têm diferentes tipos de câncer de mama. Jovens afro-americanas e latinas mais comumente têm a forma agressiva de câncer de mama chamada de câncer de mama triplo negativo. Infelizmente, não existem muitos tratamentos focados que podem ser usados nessas mulheres. Logo, elas devem procurar cuidado médico o mais cedo possível.

P: O que há de mais moderno em diagnóstico por imagem? E você pode falar sobre os riscos de exposição à radiação da mamografia?

R: A dose de radiação real advinda da mamografia é mínima. É quase como se você se sentasse sob o sol por várias horas. Então receber essa quantidade de radiação nos seios é insignificante. E além da mamografia, há também a tomossíntese, que é uma mamografia 3D que pode fornecer imagens mais nítidas para mulheres com tecido mamário mais denso.

Na Mayo Clinic, outro teste que é usado é o chamado o diagnóstico por imagem molecular da mama. Esse exame usa uma pequena dose de radioatividade para iluminar melhor o câncer. E a dose de radiação também é mínima, a mesma que se receberia se ficasse sentada sob o sol por algumas horas.

O outro exame usado é a ressonância magnética da mama. A ressonância magnética da mama é o exame mais sensível e examina toda a área da mama, incluindo os gânglios linfáticos da região ao redor dos seios. Por outro lado, a ressonância magnética da mama tem seus defeitos. Por ser tão sensível, coisas desconhecidas podem ser reveladas e elas podem nem sempre ser câncer de mama. Quando essas coisas são vistas na ressonância magnética, as pacientes muitas vezes precisam fazer uma biópsia, porque é a única maneira de descobrir o que essas manchas são. Então, é uma troca, por ser mais sensível a especificidade é menor. Portanto, a ressonância magnética da mama é normalmente considerada como diagnóstico de imagem apenas para paciente de alto risco.


As informações nesta postagem estavam corretas no momento de sua publicação. Devido à natureza fluida da pandemia da COVID-19, o entendimento científico, juntamente com as diretrizes e recomendações, podem ter mudado desde a data de publicação original. 

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JORNALISTAS: as informações contidas neste artigo podem ser citadas e atribuídas à Mayo Clinic. Para entrevistar a Dra. Saranya Chumsri, entre em contato com Relações Institucionais da Mayo Clinic em newsbureau@mayo.edu.