ROCHESTER, Minnesota - pesquisadores da Mayo Clinic relatam que enfermeiros nos Estados Unidos têm mais pensamentos suicidas do que outros trabalhadores em geral e que esses profissionais são menos propensos a contar a alguém sobre isso. Essas conclusões foram publicadas no American Journal of Nursing.
Mais de 7.000 enfermeiros responderam a uma pesquisa nacional sobre bem-estar, com perguntas abrangendo desde a síndrome de burnout até a depressão. Mais de 400 enfermeiros relataram ter pensamentos suicidas no ano passado. Isso representa 5 por cento dos entrevistados, quase 1 por cento a mais do que a amostra geral da força de trabalho, com 4,3 por cento.
Os profissionais que relataram pensamentos suicidas também disseram que eram menos propensos do que outros entrevistados a procurar ajuda profissional para seus problemas emocionais. Mais de um terço dos enfermeiros apresentaram pelo menos um sintoma da síndrome de burnout e 40 por cento apresentaram resultados positivos para sintomas de depressão.
Os pesquisadores afirmam que suas descobertas indicam que a situação precisa de atenção urgente, e intervenções baseadas em sistemas e práticas precisam ser desenvolvidas e implementadas para lidar com a síndrome de burnout e os pensamentos suicidas.
É importante destacar que esta pesquisa foi iniciada no final de 2017, com a coleta de dados realizada em 2018, antes que qualquer um desses enfermeiros fosse confrontado com os efeitos da pandemia de COVID-19.
“Embora as descobertas do nosso estudo já sejam suficientemente graves, reconhecemos que o impacto da atual pandemia agravou dramaticamente a situação”, diz Liselotte Dyrbye, M.D., médica internista da Mayo Clinic e autora sênior. “A necessidade de intervenções sistêmicas para melhorar a vida profissional de enfermeiros e outros membros da equipe de saúde é maior do que nunca.”
Em novembro de 2017, o questionário foi enviado a 86.858 enfermeiros e a uma amostra de 5.198 colaboradores em geral.
Os outros autores são Elizabeth Kelsey, D.N.P., Mayo Clinic; Colin West, M.D., Ph.D., Mayo Clinic; Daniel Satele, Mayo Clinic; Pamela Cipriano, Ph.D., Universidade da Virginia; Cheryl Peterson, American Nurses Association (Associação Americana de Enfermeiros) e Tait Shanafelt, M.D., Universidade de Stanford.
Este estudo foi financiado pelo Programa de Bem-estar Médico da Mayo Clinic e pela American Nurses Association. Este estudo foi baseado no trabalho parcialmente financiado pela National Science Foundation (Fundação Nacional da Ciência), nº da concessão 2041339. Quaisquer opiniões, descobertas e conclusões ou recomendações expressas neste artigo são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente as opiniões da National Science Foundation. As fontes de financiamento não tiveram nenhum papel no desenho do estudo, na coleta, análise e interpretação dos dados ou na redação e publicação desse artigo.
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