Pesquisa da Mayo Clinic descobre que o sistema imunológico responde ao tratamento com mRNA para o câncer
ROCHESTER, Minnesota – a adição da terapia com RNA mensageiro ou mRNA, melhora a reposta da imunoterapia ao câncer nos pacientes que não estavam respondendo ao tratamento, demonstra uma pesquisa da Mayo Clinic. A imunoterapia utiliza o sistema imunológico para prevenir, controlar e eliminar o câncer. O estudo está publicado no Cancer Immunology Research, uma revista médica da Associação Americana para Pesquisa do Câncer.
O termo RNA mensageiro e sua sigla, mRNA, foram familiarizados para o público durante a pandemia da COVID-19. As vacinas de mRNA para COVID-19 funcionam ao instruir as células do corpo a fabricar uma proteína que desencadeia uma resposta imunológica contra o vírus.
A tecnologia de mRNA também está despertando o interesse de pesquisadores e médicos que tratam o câncer. Um dos maiores obstáculos para o tratamento do câncer é a baixa taxa de resposta nos pacientes que recebem inibidores do ponto de controle imunológico para prevenir uma forte resposta imunológica a ponto de destruir as células saudáveis do corpo.
“Descobrimos que, ao introduzir o mRNA em células imunológicas, é possível produzir proteínas úteis para melhorar sua atividade inibidora de tumores sem tentar mudar o próprio genoma”, afirma Haidong Dong, M.D., Ph.D., pesquisador do câncer da Mayo Clinic. “Essa abordagem pode ter o potencial de utilização em todo o espectro da medicina para extrair as informações obtidas a partir de sequenciamento de RNA de uma única célula na terapia baseada em mRNA para pacientes”.
Para o estudo, o Dr. Dong e sua equipe produziram uma proteína do sistema imunológico em laboratório (um anticorpo monoclonal) que pode detectar os níveis de proteína em tecidos tumorais. O objetivo era determinar se certos pacientes podem ter níveis adequados de proteína em suas células imunológicas reativas ao tumor como um biomarcador potencial para esta intervenção terapêutica.
“A maioria dos pacientes com cânceres avançados não se beneficiaram das terapias atuais de bloqueio de ponto de controle imunológico”, afirma o Dr. Dong. “O nosso estudo oferece uma ferramenta para detectar esse problema e também uma terapia baseada em mRNA para corrigi-lo”.
Na sequência, os pesquisadores empregaram uma nova tecnologia de sequenciamento que torna possível uma alteração baseada em mRNA das células imunológicas primárias. Eles identificaram o gene alvo nos conjuntos de dados de sequenciamento de RNA de uma única célula. Então, os pesquisadores executaram um teste funcional para validar a função do gene alvo no aumento da morte de células tumorais mediada por células imunológicas.
A análise indicou um ponto fraco nas células T em pacientes que não responderam à imunoterapia. As células T são glóbulos brancos que exercem uma função importante no sistema imunológico. Elas atacam as células cancerígenas e interrompem a propagação do câncer para outras partes do corpo. Os pesquisadores desenvolveram uma estratégia baseada no mRNA para melhorar a resposta das células T para os inibidores do ponto de controle imunológico nos pacientes que não responderam ao tratamento.
De acordo com o Dr. Dong, o estudo modela uma nova abordagem translacional para potencializar as informações obtidas a partir dos estudos de sequenciamento de RNA de célula única na terapia baseada em mRNA para utilização clínica.
Os objetivos das pesquisas futuras incluem a otimização dos testes de triagem para detectar a proteína em tecidos tumorais humanos. Isso ajudará a determinar qualquer correlação com o prognóstico do câncer e a resposta à imunoterapia, além de explorar uma plataforma de utilização do mRNA para a terapia com células T.
“Na Mayo Clinic, uma maneira de atender às necessidades dos pacientes é oferecer a eles algo novo que não pode ser encontrado em outros lugares”, afirma o Dr. Dong. “Estamos comprometidos em descobrir opções para os pacientes que não respondem à imunoterapia atual”.
Financiamento
Este estudo foi financiado pelo Centro de Imunoterapia de Medicina Individualizada com Biomarcadores de Precisão (sigla em inglês, IMPRESS) e pelos programas de Alta Definição Terapêutica da Mayo Clinic, pelo Centro para Descoberta Biomédica da Mayo Clinic, pelo Programa de Imunologia e Imunoterapia Davi F. and Margaret T. Grohne do Centro de Câncer da Mayo Clinic, pela a Fundação da Família Richard M. Schulze e pelo programa do Prêmio Acelerador de Inovação do Escritório de Translação para a Prática da Mayo Clinic (sigla em inglês, OTP), parte do Centro de Ciências Clínicas e Translacionais (sigla em inglês, CCaTS).
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Contato de mídia:
Colette Gallagher, Relações Institucionais da Mayo Clinic, newsbureau@mayo.edu