Estudo estabelece bases para prever a resposta antidepressiva em pessoas que tentaram suicídio 

ROCHESTER, Minnesota –Pesquisadores da Mayo Clinic descobriram que pessoas com transtorno depressivo maior e histórico de tentativa de suicídio possuem biomarcadores distintos que estão correlacionados com a resposta à terapia antidepressiva. As novas descobertas, publicadas na revista Frontiers Pharmacology, são a chave para estratégias de tratamento individualizado e identificação precoce dos pacientes com alto risco de suicídio.   

Para o estudo, os pesquisadores usaram tecnologias multiômicas, (especialmente metabolômica e genômica) para analisar amostras de 350 pacientes com transtorno depressivo maior. Eles compararam as amostras dos pacientes com e sem histórico de tentativa(s) de suicídio e descobriram assinaturas multiômicas baseadas em sangue entre os dois grupos, apesar de todos os pacientes terem o mesmo diagnóstico de transtorno depressivo maior.   

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 700 mil pessoas em todo o mundo morrem em decorrência de suicídio a cada ano, juntamente com tentativas não fatais de 10 a 20 vezes esse número. Uma tentativa anterior de suicídio é o maior fator de risco para suicídio na população em geral.  

  

“Avaliar os pacientes suicidas pode ser desafiador, pois as avaliações de risco clínico são inerentemente subjetivas e o transtorno depressivo maior tem altos graus de variabilidade”, afirma Dr. Paul Croarkin, osteopata e mestre em Ciências, psiquiatra no departamento de psiquiatria e psicologia na Mayo Clinic e investigador sênior do estudo. “Nosso estudo estabelece bases para o avanço do potencial prognóstico dessa doença e melhorar os resultados dos pacientes que usam biomarcadores biológicos e digitais.” 

  

A equipe descobriu que as variações nos genes CLOCK e ARNTL são diferentes nos pacientes com e sem tentativa anterior de suicídio. Ambos os genes estão relacionados com o ritmo circadiano, que regula as funções críticas do corpo, inclusive comportamento, metabolismo, níveis de hormônio e sono. Essas variações genéticas específicas também estão associadas a menores taxas de resposta e remissão antidepressiva.  

A metabolômica é o estudo dos metabolitos, que são substâncias criadas quando o corpo metaboliza alimentos, drogas ou o próprio tecido. A genômica é o estudo dos genes, que influenciam as enzimas fundamentais para a metabolização dos medicamentos. Ainda que elas possam explicar individualmente os aspectos dos processos biológicos, analisá-las conjuntamente tem o potencial de revelar as interações que não foram estudadas previamente.   

De modo geral, a multiômica é uma combinação de duas ou mais abordagens “ômicas”. Exemplos adicionais multiômicos incluem a proteômica (o estudo das proteínas), a epigenômica (o estudo das mudanças epigenéticas no DNA) e a transcriptômica (o estudo das moléculas de RNA).   

Ao avaliar simultaneamente o genoma e o metaboloma, os pesquisadores descobriram assinaturas biológicas que não poderiam ser encontradas pelo genoma ou metaboloma sozinho.  

O estudo faz parte dos esforços contínuos na Mayo Clinic para entender a biologia das tendências ao suicídio para melhorar as abordagens diagnósticas, os tratamentos e os resultados para pacientes com depressão e outros transtornos de humor.  

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