Neurocirurgião da Mayo Clinic descreve as opções mais recentes para tratar a epilepsia 

Renderização 3D de neurônios

13 de fevereiro é o Dia Internacional da Epilepsia 

ROCHESTER, Minnesota — A epilepsia é um distúrbio neurológico no qual as atividades cerebrais se tornam anormais, causando convulsões ou períodos de comportamento e sensações incomuns e, ocasionalmente, perda de consciência. Qualquer pessoa pode desenvolver epilepsia e a doença afeta homens e mulheres de todas as raças, etnias e idades. Neste alerta do especialista, o Dr. Jamie Van Gompel, neurocirurgião da Mayo Clinic, descreve as opções mais recentes de tratamento.  

“A variedade de possibilidades de tratamento é muito maior agora”, diz o Dr. Van Gompel. “Nós melhoramos muito os resultados para os pacientes. Acho que é importante explorar as opções de tratamento porque elas podem ter impactos grandes e significativos nas vidas dos pacientes.” 

Algumas pessoas precisam de tratamento ao longo de toda a vida para controlar as convulsões, enquanto para outras, as convulsões param de acontecer em algum momento. Para algumas crianças com epilepsia, a doença pode desaparecer com a idade. 

Os medicamentos para epilepsia melhoraram e continuam sendo a forma mais comum de tratá-la. O tratamento com medicamentos ou, ocasionalmente, cirurgia pode controlar as convulsões para a maioria das pessoas com epilepsia, diz o Dr. Van Gompel.  

A cirurgia aberta para remover a parte do cérebro que causa as convulsões ainda é uma opção de tratamento importante para os casos em que a doença não é controlada com medicamentos. Nos últimos anos, foram desenvolvidas novas opções de tratamento para epilepsia, incluindo opções minimamente invasivas.  

Os tratamentos mais recentes incluem: 

  • Estimulação cerebral profunda. É feita por meio do uso de um dispositivo colocado permanentemente dentro do cérebro. Esse dispositivo libera sinais elétricos programados regularmente que interrompem a atividade indutora das convulsões. Esse procedimento é orientado por ressonância magnética. O gerador que envia o sinal elétrico é implantado no tórax. 
  • Neuroestimulação responsiva. Esses dispositivos implantáveis parecidos com marcapassos podem ajudar a reduzir significativamente a frequência da ocorrência das convulsões. Os dispositivos de estimulação responsiva analisam padrões de atividade cerebral para detectar convulsões logo no início e liberam uma carga elétrica ou um medicamento que interrompe a convulsão antes que ela provoque algum comprometimento. Pesquisas mostram que essa terapia tem menos efeitos colaterais e pode aliviar as convulsões a longo prazo. O dispositivo é colocado no crânio.  
  • Terapia térmica intersticial a laser (LITT). Essa opção é menos invasiva do que a cirurgia ressectiva. A terapia usa um laser para identificar e destruir uma pequena porção de tecido cerebral. Uma ressonância magnética é usada para orientar o laser. 
  • Cirurgia minimamente invasiva. Novas técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, como o ultrassom focalizado guiado por ressonância magnética, se mostram promissoras para tratar convulsões com menos riscos do que a tradicional cirurgia cerebral aberta para a epilepsia. 

O Dr. Van Gompel incentiva as pessoas com epilepsia a consultar seu médico ou neurologista sobre o tratamento atual e a não hesitar em procurar uma segunda opinião em um centro de epilepsia, especialmente se tiverem efeitos colaterais relacionados à medicação ou continuarem a ter convulsões. 

“Se você não consultou um especialista nos últimos cinco anos, deve consultar um epileptologista em um centro de atendimento especializado”, diz o Dr. Van Gompel. “Os tratamentos para epilepsia estão mudando tão rapidamente que pode haver algo novo que possa ajudar.” 

A pesquisas na área continuam a se concentrar na prevenção ou predição (também conhecida como previsão de convulsões) e no tratamento das convulsões. O Dr. Van Gompel prevê que o uso de inteligência artificial e de aprendizado de máquina ajudarão neurologistas e neurocirurgiões a continuar aprimorando as opções e os resultados dos tratamentos. 

“Acho que continuaremos avançando progressivamente para a remoção cada vez menor de tecido cerebral”, diz o Dr. Van Gompel. “Acredito que nas próximas décadas, teremos entendimento suficiente da estimulação cerebral para talvez nunca mais removermos tecido cerebral. Talvez possamos tratar o cérebro com comportamento indevido com eletricidade ou algum outro tratamento. Talvez seja a aplicação de medicamento diretamente na área que a reabilitará para torná-la um córtex funcional novamente. É isso que esperamos.” 

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Contato de mídia: Sharon Theimer, Comunicações da Mayo Clinic, newsbureau@mayo.edu