A obesidade dificulta o diagnóstico e o tratamento de doenças cardíacas
ROCHESTER, Minnesota — Estar acima do peso afeta saúde mais do que você imagina. Um novo artigo de revisão para a revista médica Journal of the American College of Cardiology da Mayo Clinic descreve como a obesidade afeta os exames comuns usados para diagnosticar doenças cardíacas e afeta os tratamentos. A doença cardiovascular é a principal causa de morte nos Estados Unidos e em todo o mundo, embora seja em grande parte evitável.
“O excesso de gordura atua como uma espécie de filtro e pode distorcer os resultados dos exames, causando sub ou sobrediagnóstico”, diz o autor sênior Dr. Francisco Lopez-Jimenez, diretor de cardiologia preventiva da Mayo Clinic. “A obesidade afeta quase todos os exames de diagnósticos usados em cardiologia, como eletrocardiograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética e ecocardiograma.”
Processos de intervenção (como a colocação de stent pela perna ou a cirurgia cardíaca) podem ser mais difíceis de serem realizados em pacientes com obesidade significativa e podem envolver mais complicações, como maior risco de infecção no local do ferimento.
As terapias medicamentosas comuns para tratar doenças cardiovasculares podem precisar de ajustes de aumento ou redução para pacientes com obesidade. Alguns medicamentos, como os betabloqueadores, podem afetar a capacidade do paciente de perder peso, e o Dr. Lopez-Jimenez enfatiza a importância de tentar abordagens alternativas para evitar que esses pacientes ganhem peso ou para ajudá-los a perder peso.
As recomendações para perder peso podem ser difíceis de serem seguidas porque os pacientes com problemas cardíacos têm mais dificuldade em se movimentar e têm sintomas como falta de ar durante os exercícios físicos. Esses sintomas geralmente os desencorajam a praticar atividades físicas, mas o Dr. Lopez-Jimenez ressalta que o exercício físico é importante não apenas para perder peso, mas também para a saúde do coração.
“A obesidade é um fator de risco importante a ser considerado em pacientes com doenças cardíacas, e é necessário que façamos algo a esse respeito”, diz o Dr. Lopez-Jimenez. O paciente precisa saber que o médico pode ajudá-lo a perder peso. Em geral, as soluções para perda de peso se resumem a encontrar a terapia adequada para o paciente.”
Um programa padrão de perda de peso incluirá um terapeuta, um nutricionista e, às vezes, um psicólogo. Se isso não for o suficiente, o Dr. Lopez-Jimenez diz que há outros recursos, como a cirurgia bariátrica e medicamentos, que podem ajudar efetivamente os pacientes a perder peso. A Mayo Clinic iniciou recentemente um programa cardiometabólico multidisciplinar para tratar a obesidade, reduzir as doenças relacionadas e ajudar os pacientes a melhorar a qualidade de vida.
A definição com precisão do nível de obesidade de uma pessoa é importante. O índice de massa corporal, uma medida de gordura corporal com base na altura e no peso, vem sendo usado há muito tempo para definir a gravidade da obesidade. Mas pessoas com quantidades significativas de massa muscular terão um índice de massa corporal alto. Pessoas com pouca massa muscular e mais gordura na cintura podem ter um índice de massa corporal baixo, mas ter obesidade do peso normal. Medidas como a relação cintura-quadril e a circunferência da cintura fornecem uma avaliação mais precisa do risco cardiovascular.
“Em geral, pacientes com doenças cardíacas e um grau especialmente avançado de obesidade terão benefícios ao tentar modificar o estilo de vida. E se isso não funcionar, ou se já foi tentado no passado, é razoável considerar a cirurgia bariátrica ou o uso de medicamentos”, diz o Dr. Lopez-Jimenez.
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