Cinco maneiras pelas quais a inteligência artificial promete transformar os transplantes de órgãos
ROCHESTER, Minnesota — A inteligência artificial tem o potencial de se tornar uma ferramenta valiosa para transplante e salvar mais vidas de pacientes. Estudos recentes já demonstraram o potencial do uso da inteligência artificial para analisar grandes conjuntos de dados a fim de descobrir tendências e modelos importantes. Neste alerta de especialistas, os especialistas em transplante da Mayo Clinic compartilham como essa tecnologia pode aprimorar os resultados para os pacientes.
“Antigamente, os médicos praticavam medicina sem tomografias computadorizadas e com testes laboratoriais limitados. Atualmente, essas ferramentas não são apenas comuns, mas também são fundamentais para as decisões de tratamento. Eu prevejo que a inteligência artificial também se tornará uma importante ferramenta de tomada de decisão para médicos”, afirma o Dr. Mark Stegall, cirurgião e pesquisador de transplante da Mayo Clinic.
A seguir estão listadas as cinco maneiras pelas quais a inteligência artificial promete aprimorar os resultados de transplante.
1. Evitar a necessidade de um transplante
Esforços de pesquisa estão em andamento para usar a inteligência artificial para detectar a insuficiência prematura de um órgão. A inteligência artificial também pode ser usada para determinar quais intervenções antecipadas retardam a necessidade de um transplante e, em alguns casos, evitá-lo completamente.
“O transplante é algo que ajuda o paciente a ter uma vida mais longa, mas ele pode estar acompanhado de possíveis complicações. Sempre nos esforçamos para descobrir maneiras para ajudar os pacientes a se restabelecerem e terem melhor qualidade e quantidade de vida”, afirma o Dr. Rohan Goswami, cardiologista transplantador e diretor de pesquisa em transplante cardíaco na Mayo Clinic, na Flórida.
2. Melhorar a compatibilidade entre doadores e receptores de órgãos
Estabelecer a compatibilidade entre doadores e receptores de órgãos é um processo complexo. Há uma expectativa de que a inteligência artificial possa aperfeiçoar o processo de compatibilidade. A inteligência artificial também pode ajudar a determinar se um órgão doado poderia resultar em um transplante bem-sucedido. Um estudo recente da Mayo Clinic demonstrou como um sistema de pontuação baseado em inteligência artificial poderia ser usado para analisar as biópsias de um rim transplantado para determinar os níveis de inflamação, uma informação importante que ajuda a indicar a saúde do órgão transplantado.
3. Aumentar o número de órgãos úteis
Os avanços na tecnologia de transplante estão ajudando a expandir o número de órgãos de doadores falecidos disponíveis para transplantes que salvam vidas. Os sistemas de perfusão de órgãos, que são dispositivos mecânicos que preservam a sua viabilidade, possibilitam mais tempo para que os órgãos doados sobrevivam fora do corpo antes de serem transplantados. Um estudo sobre o uso dessa nova tecnologia para aperfeiçoar as taxas de utilização dos órgãos foi publicado recentemente pelo Dr. Goswami e colegas na revista científica International Journal of Scientific Research. A expectativa é que a inteligência artificial ajudará os especialistas em transplante a entenderem melhor quais órgãos seriam beneficiados com essas tecnologias antes do transplante e quais não seriam adequados para doação.
4. Evitar a rejeição de órgãos
O risco de rejeição de órgãos é um dos maiores desafios na medicina de transplante. Os pesquisadores estão recorrendo à inteligência artificial para ajudar a identificar os pacientes com maior risco de rejeição de órgãos. Um estudo recente da Mayo publicado na revista médica European Heart Journal descobriu que um eletrocardiograma poderia ser possivelmente usado para prever o risco de rejeição de baixo grau em pacientes de transplante cardíaco, eventualmente sem a necessidade de uma biópsia. Há uma expectativa de que esses avanços também ajudarão a evitar a morte de pacientes transplantados.
5. Aperfeiçoar os cuidados após o transplante
Para ajudar a evitar a rejeição, os pacientes transplantados recebem medicamentos para imunossupressão. Como esses medicamentos podem causar possíveis efeitos colaterais nocivos, é fundamental determinar a dose mínima necessária para que os pacientes se mantenham saudáveis. A inteligência artificial poderia ser usada futuramente para ajudar a determinar como o corpo do paciente reage com a imunossupressão e a fornecer diretrizes quanto ao ajuste de medicamentos. Um compêndio recente da Mayo divulgado na International Society of Heart and Lung Transplant discutiu o papel da inteligência artificial eletrocardiográfica como preditor para pacientes em alto risco ou em risco após a ocorrência de um transplante cardíaco. Há uma expectativa de que a inteligência artificial possa eventualmente tornar os cuidados pós-transplante mais fáceis para os pacientes, eliminando a necessidade de biópsias de rotina e coletas de sangue.
Os especialistas ressaltam que o sucesso da inteligência artificial depende da qualidade dos dados nos quais ela se baseia. O objetivo não é substituir a experiência de um médico pela inteligência artificial, mas criar outra ferramenta para garantir que os pacientes recebam o melhor atendimento possível.
“Não utilizamos cegamente as informações e não utilizaremos cegamente as ferramentas de inteligência artificial. Uma das grandes expectativas das ferramentas decisórias de inteligência artificial é que elas podem ajudar a integrar muitas outras ferramentas, como tomografias e dispositivos de laboratório, em um modelo que oferece uma imagem mais completa do paciente”, afirma o Dr. Stegall.
Diversos especialistas da Mayo Clinic estão disponíveis para dar entrevista, entre eles:
- Dr. Rohan Goswami, cardiologista transplantador na Mayo Clinic, na Flórida.
- Dr. Mark Stegall, cirurgião de transplante na Mayo Clinic, em Minnesota.
- Byron Smith, Ph.D., bioestatístico envolvido com a pesquisa de transplante na Mayo Clinic, em Minnesota.
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- Heather Carlson Kehren, Comunicações da Mayo Clinic, newsbureau@mayo.edu