Estudo da Mayo Clinic quantifica os custos decorrentes dos sintomas de menopausa para as mulheres no ambiente de trabalho

JACKSONVILLE, Flórida — Sintomas relacionados com a menopausa, como ondas de calor, transpiração noturna, mudanças de humor, distúrbios do sono, dores nas articulações e dificuldades cognitivas prejudicam a qualidade de vida de milhões de mulheres. Eles também podem afetar adversamente as mulheres no ambiente de trabalho. Um estudo da Mayo Clinic, publicado recentemente, quantifica os custos: há uma estimativa anual de 1,8 bilhões de dólares devido a perda de horas de trabalho por ano e de 26,6 bilhões de dólares quando as despesas médicas são acrescentadas, somente nos Estados Unidos.

“A conclusão para os empregadores é que há uma necessidade crítica de abordar esse problema para as mulheres no ambiente de trabalho”, afirma a autora líder, a Dra. Stephanie Faubion, diretora de Saúde da Mulher da Mayo Clinic.

A menopausa ocorre em uma idade média aproximada de 52 anos. Tendo em vista que as mulheres de meia-idade representam uma proporção considerável da força de trabalho global, o impacto dos sintomas da menopausa no absenteísmo das trabalhadoras, na produtividade, no aumento direto e indireto dos custos médicos, além das oportunidades perdidas no avanço da carreira, é significativo.

Para avaliar o impacto dos sintomas da menopausa na mulher no ambiente de trabalho, os pesquisadores da Mayo Clinic convidaram 32.469 mulheres com idades entre 45 e 60 anos que recebem cuidados primários na Mayo Clinic para participar de um estudo de pesquisa. Pouco mais de 5.200 mulheres responderam (16,1%), e entre as mulheres que responderam, 4.440 mulheres estavam empregadas no momento e foram incluídas no estudo.

As descobertas, publicadas na revista Mayo Clinic Proceedings, identificaram uma associação entre os sintomas da menopausa e os resultados adversos no trabalho, inclusive a perda de produtividade laboral, com a gravidade dos sintomas da menopausa prevendo fortemente as chances de um resultado adverso no trabalho. De acordo com o artigo da revista Proceedings, as descobertas destacam uma necessidade crítica de melhorar o tratamento médico oferecido para as mulheres, e uma oportunidade de tornar o ambiente de trabalho mais solidário para as mulheres que vivenciam os sintomas da menopausa.

“Um total de 13% das mulheres pesquisadas vivenciaram um resultado adverso no trabalho relacionado aos sintomas da menopausa, e cerca de 11% perderam dias de trabalho por conta desses sintomas”, diz a Dra. Faubion. “Também descobrimos algumas diferenças étnico-raciais em uma subanálise dos resultados, ainda que mais pesquisas sejam necessárias nesta área, em grupos de mulheres mais amplos e diversos.”

A pesquisa foi conduzida de 1º de março de 2021 até 30 de junho de 2021, e os sintomas foram avaliados de acordo com a Escala de Avaliação da Menopausa (Menopause Rating Scale, MRS). A pontuação média total da Escala de Avaliação da Menopausa foi 12,1, o que indica uma carga moderada de sintomas da menopausa. A idade média das 4.440 participantes foi de 53,9 anos, com a maioria sendo branca (93%), casada (76,5%) e escolarizada (59,3% com graduação universitária ou superior).

Um total de 597 mulheres (13,4%) relataram pelo menos um resultado adverso no trabalho devido aos sintomas da menopausa, e 485 mulheres relataram que faltaram um ou mais dias no trabalho no ano anterior devido aos sintomas.

“Além da complexidade das vivências femininas da menopausa, o assunto é um tabu, particularmente no ambiente de trabalho, o que aumenta potencialmente a carga psicológica dos sintomas”, afirma a autora sênior Dra. Ekta Kapoor, diretora assistente de Saúde da Mulher da Mayo Clinic. “É comum as mulheres temerem o preconceito, a discriminação e a estigmatização. Por isso, elas podem ficar relutantes em revelar os sintomas da menopausa para seus gerentes e outras pessoas no ambiente de trabalho. Reconhecer essas preocupações e criar um ambiente do local de trabalho seguro para que as mulheres possam discutir suas necessidades de cuidados de saúde pode ajudar a lidar com isso.”

A Dra. Faubion e a Dra. Kapoor também são coautoras de um artigo a ser publicado na edição de maio da revista Mayo Clinic Proceedings sobre a associação entre enxaqueca e sintomas vasomotores. Sintomas vasomotores, como ondas de calor e transpiração noturna, são sintomas característicos e são vivenciados pela maioria das mulheres durante a transição da menopausa.

“A nossa pesquisa sugere que há uma necessidade crítica de abordar esse problema para as mulheres no ambiente de trabalho”, afirma a Dra. Faubion. “Os médicos precisam perguntar para as mulheres sobre os sintomas da menopausa e oferecer orientação e tratamento. Por outro lado, os empregadores precisam criar e implementar estratégias e políticas no ambiente de trabalho que ajudem as mulheres a enfrentar essa transição de vida universal.”

O vídeo em inglês da Dra. Faubion discutindo o estudo está disponível aqui.

Jornalistas: trechos de áudio com qualidade de transmissão em inglês com a Dra. Faubion estão disponíveis nos downloads, aqui. Lembrem-se de incluir: Cortesia da “Rede de Notícias da Mayo Clinic.”

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