Especialista da Mayo Clinic: três avanços levam a mais transplantes de órgãos que salvam vidas

6 de junho é o Dia Mundial do Transplante

ROCHESTER, Minnesota — Com muita frequência, as pessoas que estão esperando por transplantes de órgãos que salvam vidas não conseguem realizar o procedimento. Um dos maiores desafios é a falta de órgãos doados em condições viáveis. Avanços médicos promissores trazem novas possibilidades para a realização de mais transplantes e assim salvar mais vidas, afirma o Dr. Mauricio Villavicencio, diretor cirúrgico de transplante cardíaco e pulmonar na Mayo Clinic em Rochester.

Dr. Mauricio Villavicencio
Dr. Mauricio Villavicencio

“A insuficiência cardíaca é uma epidemia nos Estados Unidos e em todo o mundo. Um transplante cardíaco representa o padrão-ouro para o tratamento avançado desse distúrbio. Mas o número de pessoas que morrem na lista de espera permanece elevado. Com o uso desses avanços médicos, esperamos mudar essa situação”, afirma o Dr. Villavicencio.

Aqui estão três maneiras de expandir o conjunto de doação de órgãos para ajudar a salvar mais vidas:

1. Mais doações após morte circulatória:

Tradicionalmente, as doações de órgãos vêm principalmente de doadores que sofrem morte cerebral enquanto os corações ainda permanecem batendo. Cada vez mais, os órgãos doados vêm de doadores que morrem depois que o coração para de bater. No passado, corações e pulmões vindos dessas mortes eram normalmente descartados. Os avanços médicos agora permitem que especialistas em transplante usem esses órgãos. Os especialistas em transplante podem ressuscitar o coração em uma máquina de circulação extracorpórea ou em um dispositivo de perfusão fora do corpo para se tornar um doador. Aproximadamente 20 a 30 por cento de todas as doações de órgãos vêm desses doadores.

2. Sistemas de perfusão de órgãos:

A criação de sistemas de perfusão de órgãos (dispositivos mecânicos que ajudam os órgãos a permanecerem viáveis fora do corpo) está mudando os transplantes de órgãos. Um exemplo disso é a tecnologia “Heart in a box” (coração em uma caixa), um dispositivo portátil que ressuscita um coração que havia parado de bater e o mantém batendo até que possa ser transplantado.

“Essa tecnologia permite o transplante cardíaco a longa distância. Quando um coração é colocado em uma caixa térmica, ele deve ser transplantado em até quatro horas. A tecnologia “Heart in a box” dobra o tempo em pelo menos oito horas”, comenta o Dr. Villavicencio.

Um sistema de perfusão de órgãos semelhante e disponível para pulmões é chamado de perfusão pulmonar ex vivo. Ele preserva o pulmão doado em uma máquina fora do corpo. Os pulmões também podem ser restaurados para uma condição adequada para transplante.

3. Órgãos de doadores com hepatite C:

Atualmente, órgãos de doadores com hepatite C podem ser transplantados com segurança para pacientes na lista de espera. Essa mudança é possível graças à nova geração de medicamentos antivirais altamente eficientes. Depois que os órgãos são transplantados, os pacientes iniciam o tratamento antiviral que normalmente elimina o vírus do corpo em sete dias, diz o Dr. Villavicencio. No passado, esses possíveis doadores de órgãos teriam sido desconsiderados.

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