Estudo da Mayo Clinic descobre que o estadiamento precoce do câncer de pâncreas com cirurgia minimamente invasiva tem resultados positivos no prognóstico do paciente

ROCHESTER, Minnesota — Um estudo publicado na revista Journal of the American College of Surgeons revela que executar um procedimento minimamente invasivo em pacientes diagnosticados recentemente com câncer de pâncreas ajuda a identificar mais cedo a extensão do câncer e determinar o seu estágio. Os pesquisadores acrescentam ainda que o ideal seria fazer a cirurgia antes que o paciente comece a fazer quimioterapia.

“O estudo é importante pois ele apoia a ideia de que estabelecer o estágio por laparoscopia pode ajudar a determinar o prognóstico do paciente e indicar melhor o tratamento para que os pacientes evitem uma terapia cirúrgica que não seja benéfica ou que seja potencialmente nociva,” afirma o Dr. Mark Truty, cirurgião oncologista do Centro de Câncer da Mayo Clinic, que liderou a pesquisa. “O câncer de pâncreas é o que possui menor chance de sobrevivência entre todos os cânceres, e se espalha rapidamente. Portanto, saber se o câncer se espalhou será benéfico para os pacientes e ajudará os médicos a determinarem o tratamento correto o quanto antes.”

O procedimento cirúrgico minimamente invasivo é chamado de estadiamento por laparoscopia e é quando o cirurgião insere uma luz e uma câmera (o laparoscópio) no abdômen por uma pequena e fina abertura para verificar visualmente se o câncer se espalhou dentro da cavidade abdominal. O cirurgião também pode combinar esse procedimento com as lavagens peritoneais. Um fluido é inserido na cavidade abdominal, e depois removido e avaliado em um microscópio para verificar se há células cancerígenas.

Ao longo de cinco anos de estudo, os autores avaliaram os dados de mais de mil pacientes, e a pesquisa demonstrou que um em cada cinco pacientes que se submeteram ao procedimento de estadiamento por laparoscopia para câncer de pâncreas tiveram um câncer que se espalhou pelo fígado ou pelo revestimento do abdômen (peritônio). 

Além disso, os pesquisadores descobriram uma variedade de fatores que identificaram quais eram os pacientes que tinham uma maior probabilidade do câncer se espalhar. Esses fatores incluíam a idade do paciente, o local do tumor e marcadores tumorais no sangue (CA 19-9). Os pesquisadores afirmam que, quanto mais houver a presença dos fatores de risco, maior será o risco de encontrar disseminação do câncer.

“De acordo com esses resultados, recomendamos que o estadiamento por laparoscopia seja feito antes do início da quimioterapia para a maioria dos pacientes que tem câncer de pâncreas e que estão sendo avaliados para fazer a cirurgia,” afirma a primeira autora Dra. Hallbera Gudmundsdottir, residente de cirurgia geral e bolsista do Centro para a Ciência da Prestação de Serviços de Saúde Robert D. e Patricia E. Kern da Mayo Clinic. As descobertas no estadiamento por laparoscopia podem ajudar a orientar qual o tratamento será a melhor opção para cada paciente, como remoção cirúrgica ou quimioterapia.

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