ROCHESTER, Minnesota — A escoliose é uma curvatura lateral da coluna vertebral que pode ocorrer em aproximadamente 1 em 300 crianças. Em crianças em desenvolvimento, o tamanho das curvaturas pode aumentar rapidamente, principalmente durante a adolescência. Curvaturas acentuadas podem continuar progredindo na vida adulta e, eventualmente, causar dores nas costas e, ocasionalmente, problemas respiratórios. A Dra. A. Noelle Larson, cirurgiã ortopédica pediátrica na Mayo Clinic, compartilha os conceitos básicos desta condição e as opções de tratamento.

Embora avanços significativos tenham sido feitos para tratar a escoliose infantil, a detecção precoce e o tratamento com órteses são sempre as primeiras escolhas, diz a Dra. Larson. Normalmente, coletes podem ser prescritos para tratar curvaturas leves ou moderadas ao manter a coluna vertebral na posição correta durante o seu desenvolvimento.  Coletes podem impedir que a curvatura piore, mas, normalmente, não corrigem o alinhamento dela. A fisioterapia pode ajudar a controlar a dor e melhorar a postura.

Atualmente, as famílias têm várias opções de tratamento cirúrgico para escoliose moderada a grave que preservam a flexibilidade e o desenvolvimento da coluna, diz a Dra. Larson. Essas opções incluem:

• Fixação do corpo vertebral. A coluna é acessada por pequenas incisões na lateral e uma câmera especial é usada durante a cirurgia. Parafusos metálicos são colocados na vértebra onde ocorre a curvatura e um cordão de plástico conecta esses parafusos. O cordão é tensionado para reduzir o lado longo da curva, agindo como uma cinta interna. Conforme as crianças crescem, a curvatura pode ser corrigida com o tempo. O cordão é flexível, portanto, a coluna vertebral pode continuar se movimentando e crescendo. Os pacientes podem retomar todas as atividades esportivas em seis semanas.

• Distração dinâmica posterior. Uma incisão é feita nas costas. Três parafusos são colocados e conectados com uma única haste com duas juntas de rolamento de esferas para permitir movimento e crescimento.

• Fusão espinhal. Uma incisão é feita nas costas. Parafusos e hastes são fixados à área curva da coluna, que é puxada para a posição correta. As pequenas articulações na parte posterior da coluna vertebral são removidas. Esse processo cria uma placa sólida de osso ou uma fusão na parte posterior da coluna, que é muito durável.  Após a fusão, a coluna já não cresce mais nem se movimenta na área em que ocorreu a fusão. Na maioria dos casos, a área não fundida da coluna vertebral pode estabilizar, e as crianças podem realizar a maioria das atividades diárias e retornar à maioria dos esportes em três a seis meses.

• Para crianças pequenas demais para cirurgia de fusão, podem ser usadas hastes especiais com um dispositivo magnético. As hastes magnéticas são fixadas à coluna vertebral acima e abaixo da curvatura da escoliose. Os pacientes vão à clínica algumas vezes por ano e as hastes são alongadas vários milímetros em cada consulta, com a criança acordada. Depois que a criança completou a maior parte de seu crescimento, essas hastes são removidas e a coluna é fundida em uma posição corrigida.

“Existem avanços de pesquisa em andamento no tratamento da escoliose para tornar o tratamento o mais bem-sucedido possível e reduzir o impacto da doença”, diz a Dra. Larson.

O uso de navegação e robótica durante a cirurgia pode aumentar a precisão da colocação de parafusos e tornar a cirurgia mais segura para os pacientes, diz a Dra. Larson. O controle da dor após a cirurgia ganha ênfase especial, pois muitos centros estão usando maneiras especiais de administrar medicação para dor ao redor da área da cirurgia (anestesia regional) e reduzir a necessidade de analgésicos narcóticos durante o período de recuperação. A utilização de medicamentos especiais e tempos de cirurgia mais curtos têm reduzido significativamente a perda de sangue e permitido que os pacientes saiam do hospital após alguns dias.

O início precoce do tratamento com coletes é a melhor forma de evitar a cirurgia, diz a Dra. Larson. No entanto, estratégias modernas de controle da dor, navegação e o surgimento de cirurgias que poupam o movimento podem melhorar os resultados de saúde e acelerar o ritmo de recuperação se a cirurgia for necessária. 

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