Mayo Clinic: Bioterapias via eletrofiação do amanhã

ROCHESTER, Minnesota — O futuro da cura das doenças pode envolver uma seringa, uma fonte de alimentação de alta tensão e soluções poliméricas que se unem para projetar tecidos. No momento, pesquisadores da Mayo Clinic estão estudando esses diferentes elementos utilizando um eletrofiador, dispositivo que transforma fibras bioterapêuticas em uma estrutura — ou plataforma — para tecer bioterapêuticos regenerativos.

Um eletrofiador é quase como uma roda de fiar médica ou um tear. Um eletrofiador desencadeia forças elétricas que agitam soluções químicas em nanofibras ou fibras microscópicas. Isso, por sua vez, cria uma base porosa favorável ao crescimento das células de substituição.

"Um eletrofiador pode imitar ou produzir uma matriz de proteínas e moléculas que fornecem uma base para o crescimento e para o desenvolvimento de tecidos, semelhante ao que é encontrado em nossos corpos", explica a Ph.D Cheryl Myers, imunobiologista da Mayo Clinic, no Arizona, que estuda as aplicações da ciência regenerativa. "É similar a quando se constrói uma casa, você precisa da fundação e da estrutura antes de começar a colocar o revestimento nas paredes. A eletrofiação fornece a base para o crescimento celular e para a regeneração tecidual."

A capacidade do organismo de regenerar novas células e tecidos varia muito. Alguns tecidos, como a pele, têm uma forte capacidade de regeneração. No entanto, o tecido que não está ligado ao fornecimento de sangue, como a cartilagem, não se regenera e nem se restaura. Isso pode resultar em condições como a osteoartrite no joelho ou no quadril que não possuem tratamento além da substituição artificial da articulação.

A engenharia de tecidos é uma tecnologia emergente que oferece esperança para substituir e reparar células, tecidos ou órgãos danificados. Os cientistas também estão estudando se a tecnologia do eletrofiador pode ser utilizada para regenerar ossos, cartilagens e vasos sanguíneos.

"Dependendo dos tipos de solventes e polímeros (moléculas grandes) utilizados com o eletrofiador, é possível tecer uma pequena estrutura de fibra que fornece uma base para o tecido de substituição para testar terapêuticas para corações, músculos ou tendões danificados", explica a Dra. Myers.

A Dra. Myers e sua equipe estão utilizando o eletrofiador para testar a capacidade de regeneração dos tecidos para a cura de doenças que atualmente possuem poucas opções terapêuticas. Por exemplo, eles estão avaliando se a máquina poderia tecer tecidos que poderiam se transformar em um implante de laringe bioimpresso em 3D e restaurar a função de pacientes que perderam parte de sua laringe por conta de alguma doença.

A equipe também está estudando se essas soluções de cura podem se tornar possíveis através de pesquisas com o eletrofiador:

  • Adesivos para a pele para curar feridas crônicas e não cicatrizantes que não responderam a outros tratamentos.
  • Adesivos ortopédicos para regenerar a cartilagem danificada em torno do manguito rotador no ombro.

Como acontece com a maioria dos estudos científicos, os pesquisadores deverão enfrentar desafios à medida que trouxerem novas ferramentas para o atendimento clínico. A Dra. Myers e sua equipe estão tentando entender os compostos químicos adequados, os fatores de crescimento e as células necessárias para o crescimento dos tecidos. Essa tecnologia exigiria testes adicionais em ensaios clínicos se avançasse em direção ao atendimento ao paciente.

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