Novo medicamento pode reduzir a necessidade de cirurgias valvares aórticas por retardar a progressão da doença

ROCHESTER, Minnesota — A estenose de válvula aórtica (EAo) é um problema de saúde importante que afeta mais de 1,5 milhão de americanos e milhões de pessoas ao redor do mundo. Pesquisadores da Mayo Clinic estão analisando o uso de um novo medicamento chamado ataciguate para controlar a EAo. Resultados de estudos pré-clínicos e clínicos, publicado na Circulation, indicam que o ataciguate pode retardar de forma significativa a progressão da doença. Um passo final para comprovar a eficácia e segurança do medicamento a longo prazo é um ensaio de fase 3, e as iniciativas para iniciar esse ensaio pivotal estão quase sendo concretizadas com um parceiro da indústria.

Na EAo, depósitos de cálcio se acumulam e estreitam a válvula aórtica, forçando o coração a trabalhar mais para movimentar o sangue. A condição geralmente progride com o tempo, com sintomas como dor no peito, falta de ar e fadiga, afetando pessoas com mais de 65 anos. O tratamento padrão atual — conducta expectante — frequentemente leva à redução da qualidade de vida antes que a condição se torne grave o suficiente para que o paciente precise de uma cirurgia de substituição da válvula ou de um procedimento intervencionista.

Ph.D. Jordan Miller

"Essa pesquisa representa um avanço importante no tratamento da estenose de válvula aórtica", diz o Ph.D. Jordan Miller, diretor do Laboratório de Doenças Cardiovasculares e Envelhecimento da Mayo Clinic."O ataciguate tem o potencial de retardar de forma substancial, ou até mesmo de evitar a necessidade de uma cirurgia de substituição da válvula, melhorando consideravelmente a vida de milhões de pessoas."

O Dr. Miller observa que o impacto vai além de simplesmente adiar a cirurgia. Pacientes mais jovens com doenças agressivas ou defeitos congênitos nas válvulas podem desenvolver sintomas na meia-idade. Se um paciente precisar de uma substituição da válvula antes dos 55 anos, haverá uma probabilidade superior a 50% de que ele precisará de múltiplas cirurgias de substituição de válvula ao longo da vida devido à recalcificação da válvula implantada. O ataciguate, que retardou a progressão da calcificação da válvula aórtica original no estudo clínico, oferece a possibilidade de um procedimento único ao longo da vida, caso o paciente chegue aos 65 anos de idade. Quanto mais velho o paciente, menor será a probabilidade de que a válvula implantada se calcifique.

Nos últimos dez anos, a pesquisa da Mayo Clinic revelou que o ataciguate reativa uma via crucial na prevenção da calcificação e estenose valvular. Estudos pré-clínicos em camundongos mostraram que esse medicamento retardou significativamente a progressão da doença, mesmo quando o tratamento foi iniciado após o estabelecimento da doença.  

Ensaios clínicos em pacientes com EAo moderada demonstraram que uma única dosagem diária de ataciguate foi bem tolerada, com efeitos colaterais mínimos em comparação ao placebo. Esta última fase 2 do ensaio em 23 pacientes mostrou uma redução de 69,8% na progressão da calcificação da válvula aórtica em seis meses em comparação com o placebo, e os pacientes que receberam o ataciguate tenderam a manter uma melhor função do músculo cardíaco. Crucialmente, a equipe de pesquisa confirmou que — apesar de seu efeito profundo em retardar a calcificação da válvula — o ataciguate não impactou negativamente a formação óssea.

Essa importante descoberta é o resultado de um esforço colaborativo entre a Mayo Clinic, os Institutos Nacionais de Saúde, a Universidade de Minnesota e a Sanofi Pharmaceuticals. A pesquisa foi realizada sob uma concessão de parceria acadêmica-industrial inovadora administrada pelo National Center for Accelerating Translational Sciences e uma concessão do Minnesota Biotechnology and Genomics Partnership.

A Mayo Clinic e o Dr. Miller têm um interesse financeiro na propriedade intelectual mencionada neste comunicado de imprensa. A Mayo Clinic utilizará qualquer receita que receber para apoiar sua missão sem fins lucrativos em cuidados com pacientes, educação e pesquisa.  

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