Pesquisadores da Mayo Clinic identificam proteínas ligadas à resistência à imunoterapia no câncer colorretal metastático

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ROCHESTER, Minnesota — Uma descoberta feita por pesquisadores da Mayo Clinic pode ajudar a explicar por que a imunoterapia não tem sido útil para muitos pacientes com câncer colorretal metastático. Nas descobertas publicadas na Clinical Cancer Research, a equipe identificou proteínas específicas — fibronectina e actina do músculo liso — dentro dos tecidos do câncer colorretal que estão associados à resistência ao tratamento imunoterápico.

A imunoterapia é um grande avanço no tratamento do câncer, mas muitos pacientes, incluindo aqueles com câncer colorretal metastático, não respondem a ela. Até agora, os pesquisadores não sabiam o motivo.

Dr. Frank Sinicrope

"Precisamos de biomarcadores preditivos para orientar a seleção da imunoterapia para os pacientes", diz o Dr. Frank Sinicrope, oncologista e gastroenterologista e autor sênior do estudo. "Identificar aqueles que podem ter resistência ao tratamento pode ser útil, pois assim podemos evitar que recebam tratamentos que talvez não sejam benéficos e que possam produzir toxicidades significativas."

A equipe de pesquisa utilizou o digital spatial profiling, uma tecnologia avançada que analisa simultaneamente a expressão de várias proteínas e sua localização dentro dos tecidos. Essa abordagem permitiu que os pesquisadores ampliassem o zoom para obter uma visão panorâmica de um tumor que inclui proteínas dentro e ao redor das células tumorais e como elas interagem.

O Dr. Sinicrope compara as ferramentas espaciais a uma vista aérea de um bairro, onde é possível visualizar as relações entre entradas de garagem, casas, jardins e estruturas vizinhas. Da mesma forma, essa visão detalhada fornece aos médicos e pesquisadores informações cruciais sobre as proteínas dentro e ao redor do câncer de um paciente, ajudando eventualmente a definir o melhor tratamento para ele. 

"Queríamos aprender mais sobre os pacientes que não responderam à imunoterapia. Investigamos a borda de ataque do tumor, onde as células cancerosas estão invadindo e onde o sistema imunológico está tentando combater o câncer", diz o Dr. Sinicrope. "É como uma batalha acontecendo, e que estamos capturando um instante do que está ocorrendo."

Os pesquisadores se concentraram em 10 regiões localizadas na margem invasiva de um tumor. Eles utilizaram o digital spatial profiling para investigar 71 proteínas distintas entre si, tanto no compartimento epitelial do tumor quanto no compartimento estromal ao redor. A fibronectina e a actina de músculo liso são proteínas da matriz extracelular encontradas na região epitelial do tumor, e foram vinculadas à resistência à imunoterapia e a um intervalo menor antes da progressão da doença.

Após uma análise mais aprofundada, os pesquisadores observaram que os fibroblastos associados ao câncer estavam produzindo essas proteínas. As evidências, segundo eles, sugerem que essas proteínas podem contribuir para a supressão da resposta imunológica antitumoral.

A descoberta representa um avanço em direção a tratamentos mais personalizados e eficazes para o câncer colorretal. 

Reveja o estudo para uma lista completa de autores, divulgações e financiamento.

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