Perguntas e Respostas da Mayo Clinic: Por que um coração esvoaçantes pode levar a um derrame

PREZADA, MAYO CLINIC: Fui diagnosticado com fibrilação atrial. Li que essa condição aumenta o meu risco de sofrer um derrame. Você poderia me explicar mais sobre isso?
RESPOSTA: É possível que você só tenha descoberto a fibrilação atrial (FA) durante um exame físico, sem ter apresentado os sintomas anteriormente. No entanto, para outras pessoas, a FA pode provocar sintomas que afetam consideravelmente a capacidade de realizar atividades do dia a dia.
A fibrilação atrial é um tipo comum de distúrbio do ritmo cardíaco no qual o coração não bate de maneira eficiente. Isso faz com que o coração não consiga bombear sangue suficiente para o corpo a cada batimento cardíaco.
Pessoas com FA têm um risco maior de sofrer um derrame — cerca de 1 em cada 7 derrames está relacionado à FA — devido à formação de coágulos nas câmaras superiores do coração. Dos derrames resultantes da fibrilação atrial, 90% ocorrem por conta dos coágulos originados no apêndice atrial esquerdo, localizado no átrio esquerdo do coração.
Os principais fatores de risco para o derrame em pessoas com fibrilação atrial incluem idade, sexo, pressão alta, histórico anterior de derrame e condições crônicas de saúde, como insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial coronariana e diabetes.
Existem três abordagens principais para o tratamento da FA. São elas:
- Terapia medicamentosa para manter o ritmo normal e prevenir coágulos.
- Terapia para restaurar o ritmo cardíaco, conhecida como cardioversão.
- Procedimentos para restaurar e manter o ritmo cardíaco adequado.
Os remédios são a principal forma de tratar a FA, ajudando no controle dos sintomas e na prevenção de derrames. Esses remédios podem prevenir a formação de coágulos sanguíneos, controlar a frequência dos batimentos cardíacos e restaurar o ritmo do coração.
Esse grupo de medicamentos inclui betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio, digoxina, antiarrítmicos e anticoagulantes, também conhecido como afinadores de sangue. Sua equipe de cardiologia trabalhará em conjunto para determinar qual medicamento será o mais adequado para o seu caso.
A cardioversão geralmente é realizada no hospital como um procedimento agendado. Os pacientes podem precisar continuar tomando medicamentos pelo resto da vida para controlar o ritmo cardíaco e prevenir novos episódios de fibrilação atrial. Mesmo com o uso de medicamentos, a FA pode retornar.
Pessoas que são candidatas a opções de procedimentos são acompanhadas por uma equipe de cardiologistas, incluindo eletrofisiologistas cardíacos e outros especialistas, conforme necessário. As opções de procedimentos possíveis incluem:
- Oclusão do apêndice atrial esquerdo. A oclusão do apêndice atrial esquerdo é uma extensão em forma de bolsa do coração. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo que oferece uma alternativa ao uso prolongado de anticoagulantes. Ele consiste na implantação de um dispositivo, por meio de um cateter, para fechar e isolar o apêndice atrial esquerdo. Isso reduz o risco de coágulos entrarem na corrente sanguínea, chegarem ao cérebro ou a outros órgãos e causarem um derrame ou danos aos órgãos. Os pacientes geralmente recebem alta no mesmo dia ou no dia seguinte.
- Ablação. A ablação interrompe a geração de sinais elétricos anormais no coração e ajuda a manter o ritmo normalizado, conhecido como ritmo sinusal. Durante o procedimento, um cateter é introduzido até o coração pela região da virilha, utilizando uma abordagem minimamente invasiva, aplicando calor ou frio para modificar os tecidos cardíacos que causam a arritmia.
- Ablação por campo pulsado (PFA). A PFA se destaca dos tratamentos tradicionais de fibrilação atrial por sua precisão e segurança. Ao contrário da radiofrequência ou crioablação, que utilizam calor ou frio para destruir o tecido cardíaco, a PFA utiliza pulsos elétricos curtos para atingir diretamente o miocárdio, minimizando os danos ao esôfago e aos nervos.
Entre os benefícios para os pacientes estão a redução no tempo de procedimento e anestesia, uma recuperação mais rápida e melhor preservação dos tecidos adjacentes.
- Ablação híbrida. Para pessoas com fibrilação atrial persistente de longa duração, a ablação isolada é eficaz em apenas metade dos casos. Para aqueles com fibrilação atrial de difícil controle ou com duração superior a um ano, a ablação híbrida surge como uma alternativa, unindo as vantagens da ablação por cateter em laboratório e da cirurgia aberta.
O procedimento é realizado em duas etapas:
- A primeira etapa é feita por cirurgiões, utilizando um endoscópio inserido através de uma pequena incisão abaixo do esterno para realizar a ablação na parte posterior do coração, seguida do fechamento do apêndice atrial esquerdo.
- A segunda etapa consiste na realização de uma ablação por cateter para modificar os tecidos na parte interna do coração.
Essa abordagem de "coração completo" permite que os pacientes retornem ao ritmo normal com excelentes resultados.
Dr. Vaibhav Vaidya, Dr. Gurpreet Singh e Dr. Nishant Saran, Cardiologia, Sistema de Saúde da Mayo Clinic, Eau Claire, Wisconsin.
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