Ecocardiograma aprimorado por IA melhora a detecção precoce do acúmulo de amiloide no coração

ROCHESTER, Minnesota — Um modelo de inteligência artificial (IA) desenvolvido pela Mayo Clinic e pela Ultromics, Ltda., uma empresa de ecocardiograma que utiliza IA sediada em Oxford, Inglaterra, demonstrou ser altamente preciso na triagem da amiloidose cardíaca, um tipo raro e progressivo de insuficiência cardíaca, de acordo com um novo estudo. O modelo é a primeira e única ferramenta de IA do gênero.
Pesquisadores da Mayo Clinic e da Ultromics, com o apoio de investigadores da Universidade de Chicago e colaboradores ao redor do mundo, validaram e testaram o modelo em uma população grande e multiétnica de pacientes, comparando sua eficácia com outros métodos diagnósticos para a amiloidose cardíaca.
As descobertas, publicadas no European Heart Journal, mostram que o modelo de IA apresentou alta precisão, com 85% de sensibilidade (identificação correta dos pacientes com a doença) e 93% de especificidade (identificação correta dos pacientes sem a doença). Utilizando apenas um único vídeo de ecocardiograma, o modelo foi eficaz em todos os principais tipos de amiloidose cardíaca e conseguiu diferenciá-la de outras condições com características semelhantes.
A amiloidose cardíaca é uma condição com risco de vida em que uma proteína anormal, conhecida como amiloide, se acumula no coração, fazendo com que ele fique rígido e não funcione corretamente. Essa condição costuma passar despercebida, já que os sintomas podem ser semelhantes aos de outras doenças cardíacas. No entanto, o diagnóstico precoce é crucial, pois novas terapias medicamentosas já estão disponíveis e podem retardar ou até interromper a progressão da doença.
Esse trabalho se baseia na experiência anterior da Mayo Clinic e da Ultromics no desenvolvimento de um modelo de ecocardiograma com IA para detectar insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP), que recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA) em 2022. A ICFEP é um tipo comum de insuficiência cardíaca associada à alta morbidade e mortalidade, mas que pode ser difícil de ser diagnóstica. Estima-se que 15% dos pacientes com ICFEP tenham amiloidose cardíaca.

"Este modelo de IA é uma ferramenta revolucionária que pode nos ajudar a identificar pacientes precocemente, para que possam receber o tratamento de que precisam," diz a Dra. Patricia Pellikka, cardiologista na Mayo Clinic e ex-diretora do Laboratório de Ecocardiograma da Mayo Clinic em Rochester. "Descobrimos que a IA teve um melhor desempenho em comparação aos métodos tradicionais de triagem clínica e ecocardiograma transtorácico, permitindo que os médicos tomem decisões mais bem embasadas sobre exames de confirmação. Existem novos tratamentos disponíveis para a amiloidose cardíaca, mas eles são mais eficazes quando administrados nas fases iniciais da doença." A Dra. Pellikka é a autora sênior do estudo.
O modelo de IA para detecção de amiloide possui aprovação da FDA e já está sendo utilizado em diversos centros nos Estados Unidos. A Dra. Pellikka afirma que está ansiosa para aplicar essa tecnologia na prática clínica na Mayo Clinic.
Esse estudo foi parcialmente financiado por uma bolsa da Ultromics, e a Dra. Pellikka conta com o apoio do título de Professora Betty Knight Scripps-George M. Gura, Jr., Dra. de Pesquisa Clínica em Doenças Cardiovasculares na Mayo Clinic. A Mayo Clinic possui interesse financeiro nessa tecnologia e utilizará qualquer receita obtida para apoiar sua missão sem fins lucrativos nas áreas de atendimento ao paciente, educação e pesquisa.
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