Perguntas e Respostas da Mayo Clinic: Doação de rim de um doador em vida pode ser uma opção para aqueles com diabetes tipo 2

PREZADA, MAYO CLINIC: Fiquei surpresa ao saber que, mesmo tendo diabetes tipo 2, eu poderia ser uma possível candidata a doar um rim para o meu marido que tem doença renal em estágio terminal. Doar um rim seria seguro para mim e para o meu marido? Eu pensei que o diabetes pudesse causar insuficiência renal. 

RESPOSTA: Obrigada por considerar o dom da vida através da doação de órgãos. Desejo tudo de bom a você e ao seu marido. 

Você tem razão; o diabetes é a principal causa de insuficiência renal. Por isso, pacientes com diabetes tipo 2 eram anteriormente descartados como potenciais dadores de rim em vida. No entanto, a Rede de Aquisição e Transplante de Órgãos atualizou os seus critérios dos doadores em vida para permitir que pessoas com diabetes tipo 2 doem um rim caso não haja evidências de danos nos órgãos ou risco inadmissível de complicações ao longo da vida.

O principal benefício dessa alteração nas políticas de doação é permitir que pessoas interessadas em se tornar doadores de rim em vida, mas que não podiam anteriormente, agora tenham essa oportunidade. Isso pode aumentar o número de doadores de rim em vida potenciais e ser uma tábua de salvação para muitas pessoas que sofrem de doença renal em estágio terminal. 

O Centro de Transplantes da Mayo Clinic também adotou suas próprias políticas de forma mais rigorosa para minimizar os riscos em potencial. Além dos critérios nacionais, os pacientes da Mayo Clinic com diabetes tipo 2 também devem atender aos seguintes requisitos para se tornarem um doador:

  • Ter 60 anos ou mais.
  • Ter diabetes bem controlada e não utilizar insulina.
  • Se tiver mais de 65 anos, pode estar usando até dois medicamentos orais para diabetes.
  • Não estar acima do peso.
  • Não ter histórico familiar de doença renal.
  • Passar por uma avaliação de saúde detalhada e por uma avaliação de risco personalizada.

No entanto, pessoas com diabetes tipo 1 permanecem inelegíveis para serem dadores de rim em vida.

De acordo com a United Network for Organ Sharing, cerca de 89 mil pessoas estão na lista de espera para transplante renal nos Estados Unidos.

Infelizmente, a doença renal costuma ser irreversível e tende a piorar com o tempo. Embora alguns tipos de insuficiência renal aguda possam ser revertidos, a doença renal crônica, de modo geral, é uma doença progressiva que leva à diálise ou à necessidade de um transplante de rim.

Se alguém estiver enfrentando uma doença em estágio terminal, uma opção é passar por uma diálise, que, por sua vez, substitui temporariamente a função renal. Isso pode ser feito através do sangue, conhecido como hemodiálise, ou através do abdômen, chamado de diálise peritoneal. No entanto, o transplante de rim  é o tratamento "padrão-ouro", pois estudos mostram que pacientes transplantados vivem mais e têm uma melhor qualidade de vida do que aqueles que estão em diálise. 

Os transplantes de rim de doadores em vida tendem a ser mais rápidos do que os de doadores falecidos, com o processo de doação de rim em vida sendo concluído em semanas ou meses, enquanto a espera por um rim de um doador falecido podendo durar anos. A pesquisa tem mostrado que as pessoas que recebem um rim de um doador em vida apresentam melhores resultados do que aquelas que recebem um transplante de rim de um doador falecido.

A cirurgia de transplante de rim é feita através de uma abordagem laparoscópica minimamente invasiva, com pequenas incisões feitas no abdômen, utilizando instrumentos cirúrgicos e um tubo fino com uma câmera na extremidade chamado de laparoscópio. Em geral, os pacientes permanecem pouco tempo no hospital e sentem menos dor em comparação a uma cirurgia aberta. Após doar um rim, muitos doadores retornam ao trabalho e às atividades diárias em poucas semanas. — Dr. Naim Issa, Nefrologia, Mayo Clinic, Rochester, Minnesota

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