10 anos e 10 mil vidas: Especialistas da Mayo destacam a trajetória e o futuro da terapia por feixe de prótons e de partículas na Mayo Clinic

ROCHESTER, Minnesota — Uma década após sua inauguração, o Programa de Protonterapia da Mayo Clinic em Rochester, Minnesota, já tratou 10 mil pacientes. Anualmente, o programa atende de 30% a 40% mais pacientes do que a maioria dos centros comparáveis no país. E, com novas tecnologias e a expansão das instalações, em breve poderá aumentar em quase 75% o número de pacientes tratados anualmente, com terapias ainda mais precisas e eficazes.
A Dra. Nadia Laack, cátedra do Departamento de Oncologia por Radiação da Mayo Clinic em Rochester, e a Dra. Anita Mahajan, oncologista de radiação e diretora médica do centro de terapia por partículas da Mayo Clinic, comentam como a Mayo está aplicando atualmente o padrão de cuidados do futuro.
Um passo ousado rumo à precisão e à eficiência
A Mayo Clinic deu um passo ousado ao lançar, em 2015, seu programa com a técnica de escaneamento ativo (também conhecido como pencil beam scanning) — um feixe ultrafino capaz de adaptar a dose de radiação ao formato do tumor. Isso permitiu um foco maior na precisão para tumores complexos, muitos dos quais eram anteriormente considerados intratáveis devido à sua localização.
Em parceria com fornecedores de tecnologia, a Mayo Clinic vem aprimorando essa terapia por meio do desenvolvimento de tecnologias de rastreamento de alta precisão, como o seu dispositivo personalizado de rastreamento ocular para melanoma ocular. O alto nível de aperfeiçoamento da equipe se estende até ao planejamento. "A maioria dos sistemas de prótons possui um acelerador para quatro salas, tratando, apenas, um paciente por vez," explica a Dra. Mahajan. "Mesmo já preparado em sua sala, o paciente poderia ter de aguardar por uma hora."
Para resolver essa questão, a Dra. Mahajan ajudou a desenvolver um sistema que permite aos radioterapeutas se comunicarem e administrarem o uso do feixe, reduzindo o tempo de espera e o desconforto dos pacientes, além de permitir o tratamento de um número maior de pessoas.
Mirando em um alvo em movimento
Os batimentos cardíacos e a respiração geram um movimento constante no corpo, transformando tumores no tórax e no abdômen em alvos móveis e, até então, impossíveis de serem tratados com segurança.
"Em colaboração com os nossos colegas no Arizona e com o fornecedor, desenvolvemos uma forma de rastrear os tumores pulmonares para garantir que o feixe só seja ativado quando estiver dentro do alvo," explica a Dra. Laack.
Essa tecnologia ajudou a expandir a eficácia da terapia por feixe de prótons para além do câncer.
"A ablação cardíaca com feixe de prótons é um exemplo de como levamos tudo a um novo patamar," diz a Dra. Laack. "Nossos físicos e o Departamento de Medicina Cardiovascular desenvolveram ferramentas que agora nos permitem aplicar doses de radiação ao coração com segurança e precisão."
Automatizando para uma melhor experiência do paciente
Restrições de mobilidade e ajustes constantes podem ser desconfortáveis e consumir muito tempo dos pacientes. Esses fatores podem atrasar o tratamento. Funções corporais normais, como gases, movimentos intestinais e retenção de líquidos, também exigem novas varreduras e ajustes constantes no plano de radiação para garantir a precisão do tratamento.
No passado, ajustes no plano podiam atrasar o tratamento por vários dias. A automação ajudou a reduzir esse tempo de resposta para apenas um dia.
"É extraordinário ter um planejamento já no dia seguinte graças à automação," complementa a Dra. Laack. "Mas podemos imaginar um futuro em que os pacientes se deitem confortavelmente, e nós os escaneemos e tratemos com um plano personalizado, adaptado à sua anatomia atual."
Construindo sobre uma base preparada para o futuro
A Mayo Clinic está em meio a um salto histórico na terapia com partículas pesadas, resultado de décadas de pesquisa.
"Há 20 anos estudamos dados e aprofundamos nosso conhecimento sobre a genética dos tumores para oferecer o portfólio de tratamentos mais completo," diz a Dra. Laack.
Esse compromisso se concretizou em junho de 2025, com a inauguração do Edifício da Família Duan em Jacksonville, Flórida. O edifício abrigará a primeira instalação de terapia com íons de carbono nas Américas e introduzirá uma poderosa forma de administração de radiação para tumores complexos e resistentes ao feixe de prótons.
Em agosto de 2025, o Edifício Andersen em Rochester também alcançou um marco importante ao incorporar a tecnologia de pórtico de 360 graus, capaz de direcionar o feixe de prótons com precisão de até um milímetro, além de oferecer imagens de TC em tempo real, permitindo tratamentos mais rápidos, precisos e para quase o dobro de pacientes.
"É uma maravilha da engenharia que representa inovação, colaboração e esperança," diz a Dra. Laack. "É a garantia de que todo paciente que passar por nossas portas receberá o cuidado mais preciso, personalizado e humano disponível em qualquer lugar do mundo."
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Sobre a Mayo Clinic
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