Especialistas propõem tomada de decisão compartilhada para diminuir a hesitação sobre a vacina contra a COVID-19
A pandemia da COVID-19 já dura mais de um ano, mas a esperança está aqui na forma de diversas vacinas seguras e eficazes autorizadas para uso emergencial. No momento, milhões estão sendo vacinados, mas conforme o suprimento de vacinas continua a aumentar ao longo de 2021, um obstáculo que os especialistas em saúde antecipam é a falta de demanda pública. Isto é, como os profissionais de saúde lidam com a hesitação sobre a vacina quando é fundamental para o bem maior que um número suficiente da população seja vacinada para alcançar a imunidade de rebanho?
Para Greg Poland, M.D., especialista em doenças infecciosas e chefe do Grupo de Pesquisa de Vacinas da Mayo Clinic, a resposta se resume a uma palavra: ouvir.
“Com o propósito de buscar a causa raiz do problema, precisamos parar de perguntar o motivo das pessoas não entenderem o que estamos dizendo a elas e consideramos fazer outra pergunta: por que nós não as entendemos”, escreveram o Dr. Poland e seus colegas em um recente editorial na revista científica Vaccine. “Para muitos pacientes, os profissionais de saúde não são mais considerados os únicos especialistas nas decisões de saúde.”
No artigo, os autores detalham os possíveis caminhos para os profissionais de saúde e seus pacientes:
- Por que um paciente está relutante? Os pacientes podem hesitar em ser vacinados por uma série de razões, afirmam os autores. Os profissionais de saúde devem começar por ouvir as preocupações dos pacientes de uma forma empática e sem julgamentos, em vez de propor soluções imediatamente. Alguns pacientes podem ter preocupações relacionadas à segurança ou eficácia, enquanto outros podem estar preocupados com a conveniência ou a dor, por exemplo. “A questão não é abandonar a ciência”, escrevem, mas desenvolver confiança e “ajudar as pessoas a tomar decisões baseadas em evidências”.
- Quais são as crenças fundamentais dos pacientes? Um atributo essencial dos humanos é o desejo de defender suas crenças fundamentais, dizem os autores. Portanto, se novas informações entrarem em conflito com essas crenças, muitas vezes será difícil persuadi-los, apesar das evidências científicas em contrário. Durante um evento traumático, como uma pandemia, algumas pessoas podem recorrer à tomada de decisões com base na emoção. Mas se os profissionais de saúde puderem incluir os pacientes no processo de tomada de decisão, isso poderá começar a derrubar as barreiras e lidar com quaisquer preconceitos, distorções cognitivas, desinformação ou medos essenciais. Isso também é conhecido como o método de design centrado no ser humano, em que o especialista em saúde “busca empatizar e compreender as motivações não ditas e muitas vezes não percebidas das pessoas” para criar uma solução baseada nos valores específicos do paciente.
- Quem e o que influenciam as decisões dos pacientes? Para facilitar um método de design centrado no ser humano, os autores desenvolveram uma ferramenta de empatia de tomada de decisão sobre a vacina para os profissionais de saúde preencherem com os pacientes. A ferramenta pergunta sobre os valores e as preocupações dos pacientes, juntamente com quem e quais são as influências principais, moderadas e secundárias. Em seguida, o profissional traça essas influências no mapa e pergunta como elas fazem o paciente se sentir e como elas afetam as suas escolhas. Isso pode ajudar os provedores a adotar o processo de pensamento de cada paciente, em vez de descartá-lo.
- Insista. Os pacientes podem não responder à primeira discussão. A ferramenta de empatia deve ser usada várias vezes, se necessário, ao longo do tempo com um paciente individual. Então, o paciente e o profissional de saúde podem ver juntos como as crenças mudam com o tempo.
A pesquisa foi parcialmente apoiada pelo Mayo Clinic Robert D. and Patricia E. Kern Center for the Science of Health Care Delivery. A missão do centro é ser um impulsionador inovador de mudanças para a Mayo Clinic, desenvolvendo, analisando e difundindo rapidamente soluções para a transformação dos cuidados de saúde.
O Dr. Poland é um consultor científico remunerado da Johnson & Johnson/Janssen Global Services LLC. Ele é o presidente do Comitê de Avaliação de Segurança para novos ensaios de vacinas em investigação conduzidos pelos Laboratórios de Pesquisa da Merck. O Dr. Poland oferece consultoria sobre o desenvolvimento de vacinas para Merck & Co., Medicago, GlaxoSmithKline, Sanofi Pasteur, Emergent Biosolutions, Dynavax, Genentech, Eli Lilly and Company, Kentucky Bioprocessing, Bavarian Nordic, AstraZeneca, Exelixis, Regeneron, Janssen, Vyriad, Moderna e Genevant Sciences, Inc. Ele detém patentes relacionadas às vacinas de peptídeos contra vaccinia, influenza e sarampo. O Dr. Poland recebeu financiamento da ICW Ventures para estudos pré-clínicos de uma vacina contra a COVID-19 baseada em peptídeos. Essas atividades foram revisadas pelo Conselho de Revisão de Conflitos de Interesses da Mayo Clinic e são conduzidas em conformidade com as políticas de Conflitos de Interesses da Mayo Clinic. Essa pesquisa foi revisada pelo Conselho de Revisão de Conflitos de Interesses da Mayo Clinic e foi conduzida em conformidade com as políticas de Conflitos de Interesses da Mayo Clinic.
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JORNALISTAS: para entrevistar o Dr. Poland ou qualquer outro especialista da Mayo Clinic, entre em contato com a área de Relações Institucionais da Mayo Clinic em newsbureau@mayo.edu.
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