Cirurgia para perda de peso antes do transplante renal melhora a saúde e a elegibilidade de pacientes com obesidade e insuficiência renal, segundo estudo da Mayo Clinic
ROCHESTER, Minnesota — A gastrectomia vertical laparoscópica promove a perda de peso relativamente rápida, reduz os problemas de saúde relacionados à obesidade e melhora a elegibilidade para o transplante renal em pacientes com a doença renal crônica avançada e obesidade, de acordo com as novas pesquisas da Mayo Clinic.
Pacientes com insuficiência renal crônica avançada e obesidade grave muitas vezes não estão aptos para o transplante renal, mas de acordo com um estudo publicado na Mayo Clinic Proceedings, a gastrectomia vertical pode ajudar pacientes de alto risco a atender aos critérios do transplante. Os resultados também mostram que o procedimento cirúrgico de perda de peso reduziu os riscos cardiovasculares, incluindo diabetes e hipertensão.
"Em pesquisas anteriores, descobrimos que as abordagens conservadoras de perda de peso não resultam adequadamente em perda de peso significativa em pacientes com doença renal crônica avançada", explica a Dra. Aleksandra Kukla, nefrologista de transplante da Mayo Clinic e primeira autora do estudo. "Essas novas descobertas apoiam a importância da gastrectomia cirúrgica para pacientes com insuficiência renal crônica avançada em estágio 4-5D, para melhorar a saúde em geral e o acesso ao transplante renal."
O estudo retrospectivo envolveu 104 pacientes com insuficiência renal crônica avançada e obesidade que foram tratados na Mayo Clinic entre 2020 e 2023. Cinquenta e quatro pacientes foram submetidos à gastrectomia vertical laparoscópica, procedimento cirúrgico de perda de peso mais frequentemente realizado em pacientes que procuram o transplante renal, e 50 pacientes optaram por uma abordagem não cirúrgica de perda de peso.
A gastrectomia vertical reduziu o tempo de inclusão dos pacientes nas listas de espera para o transplante renal. Ela também melhorou a probabilidade de os pacientes receberem um transplante, com 37% daqueles que foram submetidos à gastrectomia vertical recebendo um transplante em 18 meses, contra 10% na coorte não cirúrgica.
O risco de complicações pós-cirúrgicas foi baixo, e a taxa de hospitalizações e infecções para pacientes submetidos à gastrectomia vertical foi semelhante à coorte não cirúrgica.
A terapia eficaz para a obesidade entre pacientes com doença renal crônica avançada é pouco estudada, em parte porque o Índice de Massa Corporal (IMC) é frequentemente considerado benéfico em pacientes que recebem a diálise renal. "No passado, o tratamento da obesidade nessa população limitou-se a opções não cirúrgicas", diz o Dr. Tayyab Diwan, cirurgião de transplante da Mayo Clinic e coautor do estudo.
Mais pesquisas são necessárias sobre o momento ideal da cirurgia para candidatos a transplante renal, explica o Dr. Diwan.
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