Perguntas e respostas da Mayo Clinic: Pé torto equinovaro na infância
ESTIMADA MAYO CLINIC: Estou grávida de 24 semanas e fiz um ultrassom que descobriu que meu filho tem pé torto equinovaro. Estou preocupada em relação à vida da minha criança e suas funções com esse diagnóstico. O que é a condição? Existe algum novo avanço em termos de tratamento para que o meu bebê possa ser tratado?
RESPOSTA: Em primeiro lugar, parabéns pelo bebê. Certamente é um momento único, mas também é compreensível que ele possa ser estressante quando recebemos a notícia de que a criança pode ter algo que a torna diferente.
Pé torto equinovaro é um diagnóstico comum que ocorre entre 1 em cada 1.000 nascimentos, o que o torna umas das anomalias congênitas mais comuns. O maior medo para os pais é que a qualidade de vida das crianças com pé torto equinovaro seja limitada. Eles têm receio de que a criança não poderá correr, pular e brincar com os amiguinhos.
Com o tratamento correto, a criança poderia ter uma qualidade de vida normal. Os médicos na Mayo Clinic, por exemplo, são capazes de tratar as crianças com pé torto equinovaro regularmente sem a necessidade de cirurgia.
As crianças que nascem com pé torto equinovaro podem ter outros membros da família que também nasceram assim. Geralmente, as crianças com pé torto equinovaro não apresentam outros problemas nos ossos, juntas e músculos. Entretanto, há algumas síndromes genéticas que também estão associadas ao pé torto equinovaro, como artrogripose e disrafismo espinal.
Na Mayo Clinic, esses diagnósticos são explorados com a ajuda de médicos geneticistas para oferecer uma avaliação genética abrangente e determinar se mudanças adicionais poderão estar no futuro de seu filho ou sua filha.
Embora o pé torto equinovaro afete os dois pés, é mais comum acontecer em um lado do corpo. O pé torto equinovaro pode tornar o pé ligeiramente menos flexível – e um tamanho de sapato diferente para o pé não afetado –, mas, com o tempo, a criança deve ser capaz de andar normalmente com os cuidados apropriadas. Opções cirúrgicas e não cirúrgicas estão disponíveis para tratar as crianças. Conforme a criança cresce, uma análise de locomoção pode ser realizada para avaliar futuras necessidades cirúrgicas para maximizar a função.
Se não for tratado, o pé torto equinovaro causa problemas mais sérios, incluindo artrite e outros problemas ortopédicos relacionados a uma locomoção desajeitada.
O principal método utilizado para corrigir o pé torto equinovaro é conhecido como método Ponseti. Trata-se de uma série de imobilizações com gesso alongadas até a perna que são alterados semanalmente. É importante procurar um especialista ortopédico com conhecimento dessa condição, assim como um técnico de gesso especializado na colocação e remoção semanal para obter a correção necessária.
No final do processo de imobilização com gesso, muitas crianças devem ser submetidas a uma pequena cirurgia para liberar a tensão no tendão de Aquiles. Às vezes, esse procedimento é realizado na própria área de aplicação do gesso. Outras vezes, ele é executado na sala de cirurgia.
Qualquer cirurgia pode ser assustadora, mas uma inovação recente na Mayo Clinic permite a execução de uma cirurgia livre de dor. Em parceria com a equipe especializada em anestesia pediátrica, não é utilizada nenhuma anestesia, mas apenas um bloqueio dos nervos das pernas.
A técnica é benéfica por duas razões: a criança não é exposta à anestesia e a cirurgia pode levar o tempo necessário para ser a mais precisa possível. Após o procedimento, a criança pode ir para casa sem a necessidade da estadia no hospital.
Após a imobilização com gesso e a conclusão da pequena cirurgia no tendão de Aquiles, um suporte para o pé é utilizado em tempo integral por três meses, seguido de uso em meio período até que a criança atinja a idade de 3 anos. A colaboração próxima com especialistas em próteses e órteses garante que os suportes sejam confortáveis.
Infelizmente, mesmo com a aderência estrita do suporte, às vezes o pé torto equinovaro retorna. Na Mayo Clinic, o Laboratório de Análise de Locomoção avalia a criança quanto à possibilidade de retorno da condição. No laboratório, a pressão sob o pé da criança é medida, o que cria uma impressão que pode dar um aviso precoce de que o pé torto equinovaro está voltando. Isso permitirá que a Mayo Clinic realize menos cirurgias do que se um procedimento corretivo fosse adiado. Essa pequena cirurgia é bem-sucedida em permitir que crianças com pé torto acompanhem seus amiguinhos.
Olhando para o futuro, a sua criança deve ser capaz de ter qualidade de vida normal e amplitude de movimento. Encontrar um profissional e um especialista com os quais você se sinta confortável para imobilização com gesso cuidadosa e a cirurgia sem dor será importante. Além disso, estar comprometido com o tratamento e ser dedicado ao acompanhamento implica que a criança com pé torto equinovaro poderá correr, pular e brincar assim como seus amiguinhos. – Dr. Todd Milbrandt, cirurgia ortopédica, Mayo Clinic, Rochester, Minnesota
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