JACKSONVILLE, Flórida — Quando Veronica Ciudad-Real foi diagnosticada no começo do ano passado com mieloma múltiplo, um câncer do sangue do qual ela nunca tinha ouvido falar, ela teve mais perguntas do que respostas. Aos 40 anos, ela era mais jovem do que a maioria das pessoas com essa doença. Então ela soube que o tratamento que ela mais precisava não estava disponível em El Salvador, seu país natal. Devido à pandemia de COVID-19, Veronica teria que deixar a sua casa e a sua filha de 14 anos para receber o transplante de medula óssea que poderia salvar a sua vida.
Enquanto a família dela procurava opções na Internet, a Mayo Clinic sempre aparecia como a líder no tratamento do mieloma múltiplo, mas a ideia de entrar em contato com uma organização de saúde a milhares de quilômetros de distância sem saber falar inglês era assustadora para a Veronica, que começou a fazer a quimioterapia localmente.
Após sua irmã Jeannette (que mora nos EUA e a estava visitando) ter comentado com uma pessoa conhecida, as irmãs souberam que a Mayo Clinic tinha um representante de atendimento a pacientes em El Salvador. Logo elas entraram em contato com Claudia Maria Fernandez, cuja função principal é coordenar o atendimento dos pacientes internacionais nas três principais localidades da Mayo nos EUA. Ela organizou uma consulta virtual para a Veronica com Sikander Ailawadhi, M.D., hematologista e oncologista do Centro de Câncer da Mayo Clinic em Jacksonville, Flórida e especialista em mieloma múltiplo. Através de consultas por vídeo, eles desenvolveram um planejamento que terminou com Veronica recebendo um transplante de medula óssea.
“No início, eu tive um medo natural do processo descrito pelo médico. Eu tinha medo de estar no hospital e da barreira do idioma”, disse Veronica. Jeannette, que vive a cerca de duas horas de distância a sudoeste da Mayo Clinic, seria a sua companheira constante e a sua voz.
Em 4 de julho de 2021, a Veronica viajou para os EUA para começar o processo do transplante. Apesar de animada para iniciar o tratamento, ela ficou ansiosa quando soube que teria que ficar cerca de duas semanas no hospital após o transplante. Reconhecendo as dificuldades da sua situação, que eram agravadas pela COVID-19, a equipe de saúde propôs uma alternativa. Veronica foi uma candidata ao Programa de Cuidado Domiciliar Avançado da Mayo Clinic, o que significava que ela poderia se recuperar na companhia de sua família.
O programa, que teve início em junho de 2020, oferece aos pacientes com doenças previamente tratadas em um hospital, a opção de receber em casa serviços de recuperação e cuidados virtuais e presenciais de alta qualidade e com compaixão. Veronica foi a primeira receptora de transplante de medula óssea a se recuperar no conforto de casa.
“Quando a Mayo nos apresentou o Programa de Cuidado Domiciliar Avançado, minha ansiedade e meus medos diminuíram muito porque a minha família estaria comigo todo o tempo”, diz Veronica.
A família alugou uma casa a alguns quilômetros de distância da clínica e três dias após o transplante, a Veronica se juntou a eles. Ela achou que a transição para o cuidado domiciliar foi fácil.
“Apesar de estar em El Salvador, minha filha podia me ligar e conversar comigo a qualquer momento. A minha família estava sempre presente, oferecendo apoio constante. Isso me ajudou fisicamente e emocionalmente para que o meu foco fosse a minha recuperação. Eu acredito que isso contribuiu para que eu me recuperasse mais rápido”, ela diz.
Jeannette também achou a experiência gratificante. Ela salientou que pôde continuar trabalhando enquanto cuidava da Veronica e que teve o apoio dos outros membros da família, o que de outra forma seria difícil devido às restrições da COVID-19.
Embora ela vá precisar de cuidados de acompanhamento, Veronica pode esperar viver uma vida normal nos próximos anos, diz o Dr. Ailawadhi. Na consulta após 100 dias do transplante, o Dr. Ailawadhi deu à Veronica a notícia que ela estava esperando: em breve ela poderá voltar para El Salvador e encontrar a filha Daniella.
“Foi, e continua sendo, um processo doloroso para minha filha e eu estarmos separadas”, diz Daniella. “Mas eu agradeço a Deus e a toda a equipe da Mayo Clinic pelo transplante. Graças ao tratamento, minha mãe viverá uma vida mais longa e ficará ao meu lado.”
Animada para voltar para casa, Veronica pensa sobre os seus desafios com gratidão.
“Sou extremamente grata à Mayo Clinic”, diz Veronica. “Foi uma linda experiência, ter o sentimento de estar em casa mesmo sem entender o idioma. Eu me senti amada por todos, por todas as pessoas da equipe. Eles têm uma equipe espetacular.”
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JORNALISTAS: o vídeo está disponível na Rede de Notícias da Mayo Clinic. A transcrição traduzida está disponível aqui.
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