Estudo da Mayo Clinic: O que ficar em pé em uma perna só pode te dizer
ROCHESTER, Minnesota — Quanto tempo uma pessoa consegue ficar em pé — em uma perna só — é uma medida mais reveladora do envelhecimento do que mudanças na força ou na marcha, de acordo com uma nova pesquisa da Mayo Clinic. O estudo foi publicado hoje na revista PLOS ONE.
O bom equilíbrio, a força muscular e uma marcha eficiente contribuem para a independência e o bem-estar das pessoas à medida que elas envelhecem. Como esses fatores mudam, e a que ritmo, podem ajudar os médicos a desenvolver programas para garantir um envelhecimento saudável. Individualmente, as pessoas podem praticar seu equilíbrio sem equipamento especial e trabalhar para mantê-lo ao longo do tempo.
Neste estudo, 40 pessoas saudáveis e independentes com mais de 50 anos foram submetidas a testes de marcha, equilíbrio, força de preensão e força do joelho. Metade dos participantes tinha menos de 65 anos; a outra metade tinha 65 anos ou mais.
Nos testes de equilíbrio, os participantes ficaram em pé sobre placas de força em diferentes situações: em ambos os pés com os olhos abertos, em ambos os pés com os olhos fechados, na perna não dominante com os olhos abertos e na perna dominante com os olhos abertos. Nos testes em uma perna só, os participantes podiam segurar a perna em que não estavam em pé onde quisessem. Os testes duraram 30 segundos cada.
Em pé sobre uma perna — especificamente a perna não dominante — mostrou a maior taxa de declínio com a idade.
"O equilíbrio é uma medida importante porque, além da força muscular, requer a entrada da visão, do sistema vestibular e dos sistemas somatossensoriais", explica o Ph.D. Kenton Kaufman, autor sênior do estudo e diretor do Laboratório de Análise de Movimento na Mayo Clinic. "As mudanças no equilíbrio são notáveis. Se você tem um equilíbrio ruim, corre o risco de cair, esteja ou não em movimento. As quedas representam um grave risco para a saúde, com sérias consequências."
As quedas não intencionais são a principal causa de lesões entre adultos com 65 anos ou mais. A maioria das quedas entre os idosos resulta de uma perda de equilíbrio.
Nos outros testes:
- Os pesquisadores utilizaram um dispositivo feito sob medida para medir a preensão dos participantes. Para o teste de força do joelho, os participantes estavam sentados e instruídos a estender o joelho com a maior força possível. Tanto o teste de força de preensão como o de força do joelho foram do lado dominante. A força de preensão e a força do joelho mostraram declínios significativos a cada década, mas não tanto quanto o equilíbrio. A força de preensão diminuiu a um ritmo mais rápido do que a força do joelho, tornando-se um indicador melhor do envelhecimento do que outras medidas de força.
- Para o teste de marcha, os participantes caminharam para frente e para trás em uma passarela nivelada de 8 metros em seu próprio ritmo e velocidade. Os parâmetros da marcha não se alteraram com a idade. Este não foi um resultado surpreendente, uma vez que os participantes estavam andando em seu ritmo normal, não em seu ritmo máximo, diz o Dr. Kaufman.
- Não houve declínios relacionados com a idade nos testes de força que fossem específicos ao sexo. Isso indica que a força de preensão e do joelho dos participantes diminuíram a uma taxa semelhante. Os pesquisadores não identificaram diferenças entre os sexos nos testes de marcha e equilíbrio, o que indica que indivíduos do sexo masculino e feminino foram igualmente afetados pela idade.
O Dr. Kaufman diz que as pessoas podem tomar medidas para praticar seu equilíbrio. Por exemplo, ao ficar em uma perna só, você pode treinar sua coordenação muscular e vestibular para manter o equilíbrio correto. Se você pode ficar em pé em uma perna só por 30 segundos, você está indo bem, afirma ele.
"Se você não utilizá-la, você perde tudo isso. Se você utilizá-la, você manterá tudo isso", diz o Dr. Kaufman. "É bem fácil. Não requer equipamento especial, e você pode praticar isso todos os dias."
O financiamento para este estudo inclui a Cátedra Robert e Arlene Kogod em Medicina Geriátrica e a Cátedra W. Hall Wendel Jr. em Medicina Musculoesquelética.
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