Cinco avanços fundamentais nos transplantes de medula óssea
A Mayo Clinic atinge a marca de 10 mil transplantes sanguíneos e de medula
ROCHESTER, Minnesota – Nas seis décadas em que o transplante de sangue e medula tem sido usado para tratar pacientes com câncer no sangue, esse tratamento experimental tornou-se uma ferramenta vital de combate ao câncer. A Mayo Clinic, em Rochester, Minnesota, está celebrando a marca de 10 mil transplantes sanguíneos e de medula usados para o tratamento de cânceres sanguíneos e de doenças relacionadas.
A Mayo Clinic realizou o primeiro transplante de medula óssea em 1963. Atualmente, centenas de pessoas recebem transplantes sanguíneos e de medula a cada ano na Mayo Clinic, no Arizona, na Flórida e em Minnesota.
A conquista desse marco mais recente é um momento de reflexão sobre o impacto que o tratamento teve nas vidas de muitos pacientes e famílias. Mas, também é importante se esforçar continuamente para melhorar a terapia e torná-la mais segura e eficaz, incorporando novas pesquisas e outros desenvolvimentos promissores, afirma o Dr. William Hogan, bacharel em medicina e em química, diretor do Programa de Transplante Sanguíneo e de Medula da Mayo Clinic, em Minnesota.
“Foi apenas com as grandes contribuições de muitos pacientes, enfermeiros, pesquisadores e provedores de serviços de saúde ao longo de muitas décadas que os transplantes sanguíneos e de medula foram desenvolvidos como um tratamento eficaz para muitas pessoas,” afirma o Dr. Hogan. “É espetacular refletir sobre o impacto dessa terapia em muitos pacientes ao longo dos últimos 60 anos. Estamos ansiosos para uma era de rápida inovação, fornecendo terapias centradas no paciente ainda melhores para uma série de doenças devastadoras.”
A seguir estão os cinco avanços mais promissores em transplante sanguíneo e de medula, inclusive as novas formas de tratamento para cânceres sanguíneos:
- Uso de doadores incompatíveis: o transplante sanguíneo e de medula infunde no corpo células-tronco formadoras de sangue saudáveis para substituir a medula óssea que tem uma malignidade ou defeito subjacente que a torna incapaz de funcionar normalmente. O procedimento é uma das primeiras formas de medicina regenerativa. As células-tronco são retiradas das células da própria pessoa (o procedimento é conhecido como transplante autólogo) e essa é uma estratégia eficaz para muitos cânceres de sangue, como linfoma e mieloma múltiplo. Entretanto, se a medula óssea já estiver comprometida por certos cânceres ou estiver falhando por outros motivos, um transplante de um doador (chamado transplante alogênico) poderá ser mais adequado. Inicialmente, doadores completamente compatíveis (como irmãos gêmeos idênticos) eram a opção mais segura. Mas, devido aos recentes avanços, doadores menos compatíveis (como membros da família com metade de compatibilidade) são considerados com frequência.
- Condicionamento com intensidade reduzida: muitos cânceres afetam pessoas idosas, mas os transplantes sanguíneos e de medula eram limitados anteriormente a pessoas jovens. Agora, pessoas mais idosas e não saudáveis o bastante para receber um transplante sanguíneo e de medula têm mais opções graças à abordagem que oferece doses menores de quimioterapia e radioterapia antes do transplante.
- Terapia celular CAR-T: a terapia de célula receptora de antígenos quiméricos-T (CAR-Tl) é a mais nova forma da terapia celular usada na luta contra o câncer. O procedimento envolve a coleta de células T de uma pessoa para submetê-las a um processo de reengenharia para que possam reconhecer e destruir as células cancerígenas. Esse tratamento de imunoterapia foi especialmente útil no tratamento de distúrbios sanguíneos (como leucemia, linfoma e mieloma múltiplo) e está se expandindo rapidamente para outros cânceres.
- Biomarcadores para o reconhecimento precoce de complicações sérias: os pesquisadores descobriram marcadores metabólicos que podem prever o risco de um indivíduo desenvolver uma doença grave do enxerto contra o hospedeiro (uma complicação grave dos transplantes sanguíneos e de medula, na qual as células imunes do doador começam a atacar os tecidos saudáveis do receptor). Isso viabiliza o tratamento personalizado e imediato.
- Uso dos transplantes de medula óssea para tratar outras condições: os pesquisadores da Mayo Clinic estão analisando se os transplantes com células-tronco podem tratar outras condições, como a esclerose múltipla.
Ainda que esses avanços sejam promissores, a necessidade de mais doadores de medula óssea permanece alta.
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Contato de mídia: Heather Carlson Kehren, Departamento de Comunicações da Mayo Clinic, newsbureau@mayo.edu