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Tamanho do tumor é fator determinante para resposta a tratamento com medicamento promissor para tratamento de melanoma
CHICAGO — Ao examinar porque alguns pacientes com melanoma avançado respondem tão bem à imunoterapia experimental MK-3475, enquanto outros obtêm uma resposta mais fraca, pesquisadores da Clínica Mayo de Jacksonville, na Flórida, descobriram que o tamanho dos tumores, antes do tratamento, era a variável mais forte.
Os cientistas afirmam que as descobertas, apresentadas no 50º Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO — American Society of Clinical Oncology), nesta segunda-feira podem levar a diferentes estratégias de tratamento e que podem também influenciar no estado do melanoma avançado.“Essa foi a primeira avaliação sólida para determinar a importância do tamanho do tumor no início de tratamento nos resultados clínicos em pacientes com melanoma metastático — em particular — e que recebem o medicamento MK-3475.
“Nossas descobertas sugerem que a localização da metástase é menos importante do que a quantidade de tumor presente, antes do tratamento”, diz o principal pesquisador do estudo, o oncologista da Clínica Mayo de Jacksonville, na Flórida, Richard W. Joseph, M.D.
Hoje, o estágio do melanoma metastático é definido, basicamente, pela extensão da disseminação do câncer: Estágio IVa, se o melanoma se espalhou para peles distantes; Estágio IVb, se o câncer já chegou ao pulmão; e Estágio IVc, se o melanoma se disseminou até outros órgãos, como o fígado e ossos. Em geral, o prognóstico do Estágio IVa é melhor e do Estágio IVc, é o pior.
“O sistema tradicional de classificação do estágio do câncer não leva em conta o volume total da doença ou o dano causado pelo tumor antes de iniciar o tratamento”, diz Richard Joseph. “Por exemplo, o prognóstico para um paciente com melanoma no Estágio IVb, com metástase para o pulmão, apenas deve ser melhor do que para um paciente com o câncer no Estágio IVc. No entanto, um paciente com um grande volume da doença no pulmão pode, de fato, ter um prognóstico pior do que alguém com um pequeno volume da doença no fígado”, diz o oncologista da Mayo.
“Isso não significa que essa droga não funciona em pacientes com um grande volume da doença. Entretanto, a eficácia é significativamente menor nesses casos do que nos pacientes com um pequeno volume da doença”, ele diz. “Embora isso possa parecer uma conclusão intuitiva, essa foi a primeira análise sólida”, afirma.
A razão mais provável para essa descoberta é a de que o medicamento MK-3475 é um anticorpo monoclonal que estimula a resposta do sistema imunológico do organismo aos tumores, diz Richard Joseph. “Mas o sistema imunológico pode ficar sobrecarregado quando a extensão do tumor é muito grande e não funcionar tão eficientemente quanto poderia”, diz. “Alguns tumores evoluem a ponto de evadir ou desligar células do sistema imunológico que estão próximas”. A droga MK-3475 funciona como um escudo de proteção para as células do sistema imunológico, de forma que podem permanecer ativas quando atingem o tumor”, ele explica.
A droga também está sendo pesquisada para o tratamento do câncer de pulmão, da bexiga e dos rins.
“Essas descobertas podem significar que talvez reduzindo o tamanho do tumor antes do inicio do tratamento, por cirurgia ou outros meios, e então tratar com a MK-3475 pode ser um meio eficaz de induzir remissões duradouras”, ele diz. Serão necessários mais estudos para explorar essa estratégia,” acrescenta.
Richard Joseph liderou o estudo conduzido por uma equipe internacional de pesquisadores que se dedicaram a estudar a droga que, segundo ele, vem oferecendo aos pacientes com melanoma metastático“ resultados verdadeiramente impressionantes”. Na fase I do estudo clínico, a sobrevida geral, em um ano após o tratamento, foi de 81%.
“No passado, imunoterapias eram associadas a toxicidades relativamente altas e forneciam benefícios clínicos expressivos à minoria dos pacientes. A MK-3475 e outras drogas semelhantes estão revolucionando a forma de tratamento do melanoma metastático, por beneficiar um segmento muito maior da população, bem como por apresentar muito poucos efeitos colaterais”, afirma o oncologista da Mayo.
A MK-3475 está na lista de prioridades para análise da FDA, a agência que controla a comercialização de alimentos e medicamentos dos EUA).
Richard Joseph e a Clínica Mayo de Jacksonville, na Flórida, já inscreveram mais 20 pacientes no estudo clínico, desde que ele foi reaberto em abril, através de um programa de acesso expandido para pacientes aptos a participar do programa.
O estudo foi financiado pela Merck.
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