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    Dados de estudos clínicos mundiais de dois medicamentos para câncer de mama HER2-positivo mostra que o trastuzumabe deve permanecer como o padrão de tratamento

JACKSONVILLE, Flórida 30 de setembro de 2014 — Análises em mais de 8 mil mulheres, que participaram do maior estudo mundial de dois medicamentos para o câncer de mama HER2-positivo, reforçam outras descobertas de estudos clínicos mostrando que o trastuzumabe (Herceptin) deve permanecer como o padrão de tratamento desse tipo de câncer, diz uma pesquisadora da Clínica Mayo.

O estudo, apresentado no Congresso da Sociedade Europeia para Oncologia Clínica (ESMO — European Society for Medical Oncology) de 2014, em Madri, revela que, quando usado como terapia única para combater o HER-2 em adição à quimioterapia padrão, o trastuzumabe oferece um resultado melhor do que o lapatinibe (Tykerb), diz a vice-diretora geral do Centro de Câncer da Clínica Mayo, Edith A. Perez, que também é diretora do Programa de Genômica Translacional do Câncer de Mama da Clínica Mayo da Flórida.

Edith Perez é copresidente do estudo “Otimização do Tratamento Adjuvante com Lapatinibe e/ou Trastuzumabe” (ALTTO — Adjuvant Lapatinib and/or Trastuzumab Treatment Optimization study). A fase III do estudo clínico, que testou combinações de dois medicamentos ou uso de medicamentos por elas mesmas – em acréscimo à quimioterapia padrão – inscreveu 8.381 participantes e 946 centros médicos em 44 países.

Uma descoberta essencial do ALTTO, divulgado em junho, mostrou que o lapatinibe, quando usado em acréscimo ao trastuzumabe como parte da terapia dupla, não ofereceu qualquer benefício estatisticamente significativo às pacientes, tais como sobrevivência sem a doença ou sobrevivência geral. O bloqueio duplo, usando dois medicamentos contra o HER2, apenas aumenta a toxicidade, diz Edith Perez.

Essa nova análise comparou o uso do lapatinibe ou trastuzumabe apenas, bem como o resultado em pacientes sem a doença, às quais foi administrado trastuzumabe, como tratamento adjuvante, depois de serem tratadas com lapatinibe apenas.

Os pesquisadores descobriram que o trastuzumabe ofereceu um resultado melhor, comparado ao uso do lapatinibe apenas. Depois de 4,5 anos de acompanhamento, 14% das pacientes que usaram o trastuzumabe experimentaram pelo menos um evento da doença, em comparação com 18 por cento das pacientes que usaram o lapatinibe. Um evento da doença é definido como uma recorrência do câncer de mama em qualquer parte do corpo, um novo câncer ou morte de qualquer causa.

No entanto, a segurança cardíaca foi boa nos dois grupos e não houve diferença no índice de desenvolvimento de metástase no cérebro, diz Edith Perez.

Os pesquisadores também mostraram que a mudança do lapatinibe para o trastuzumabe ofereceu um benefício às pacientes. Das 2.100 pacientes no grupo do lapatinibe, 52 por cento receberam pelo menos uma dose de trastuzumabe.

“Ficamos satisfeitos por haver recebido uma notificação antecipada, em agosto de 2011, sobre o menor benefício potencial do lapatinibe em comparação com o trastuzumabe, o que nos levou a administrar o trastuzumabe aos pacientes que foram tratados como o lapatinibe apenas. Essa intervenção mostra bem nossa flexibilidade na condução de estudos clínicos”, diz Edith Perez.

“O estudo ALTTO foi e ainda é um estudo clínico global muito importante. Todas as pacientes foram controladas cuidadosamente e nós demonstramos resultados gerais melhores do que o esperado”, ela diz. “Demonstramos que a atividade do lapatinibe pareceu ser menor do que o apresentando pelo trastuzumabe no cenário adjuvante, que havia uma tendência para benefícios adicionais se aquelas pacientes fossem tratadas com o trastuzumabe, que a segurança cardíaca era melhor do que o previsto e que o número de metástases no cérebro pareceu similar para as pacientes que receberam o lapatinibe ou o trastuzumabe”.

Edith Perez acrescenta que as pacientes ainda são acompanhadas e que a equipe de pesquisa está investigando espécimes de tumor e de sangue para descobrir e analisar possíveis biomarcadores para um tratamento eficaz.

O estudo foi financiado pelo Intergrupo do Câncer de Mama da América do Norte (TBCI — The Breast Cancer Intergroup of North America), sediado nos Estados Unidos, pelo Grupo Internacional do Câncer de Mama (BIG — Breast International Group) de Bruxelas, Bélgica, pelo Instituto Nacional do Câncer e pela Glaxo SmithKline. O TBCI é composto por seis grupos cooperativos de estudos clínicos financiados pelo NCI, que, por sua vez, faz parte dos Institutos Nacionais de Saúde.

Para mais informações sobre tratamento do câncer de mama e outros tipos de câncer na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 1-904-953-7000 ou envie e-mail para intl.mcj@mayo.edu. Para mais informações em português, visite mayoclinic.org/portuguese/.

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