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Droga contra os cânceres de sangue pode interromper a propagação das células do câncer de mama, descobre a Mayo Clinic
ALERTA DE MULTIMÍDIA: Para informações adicionais em áudio e vídeo com a médica Sahra Borges, Ph.D., acesse Mayo Clinic News Network.
JACKSONVILLE, Flórida — Uma droga usada no tratamento de cânceres de sangue também pode interromper a propagação docâncer de mama invasivo, descobriram pesquisadores da Clínica Mayo em Jacksonville, Flórida. O estudo, publicado online noBreast Cancer Research, revelou que, no laboratório e em animais, a droga decitabina ativa uma codificação genética da proteína cinase D1 (PRKD1), que elimina a capacidade das células cancerosas de se separar do tumor e se propagar para outros órgãos.
"O tratamento com baixas doses de decitabina em um modelo animal com câncer de mama restaurou a expressão da PRKD1, reduziu o tamanho do tumor e bloqueou a metástase para o pulmão", diz o pesquisador sênior do estudo Peter Storz, Ph.D., um bioquímico e biólogo molecular da Clínica Mayo na Flórida.
"O resultado de pacientes com câncer de mama invasivo é menos que ótimo, apesar de muitas tentativas de melhorar o tratamento, incluindo quimioterapia avançada e terapia hormonal", explica Storz. "Esperamos que esse estudo abra um novo caminho para impedir que o câncer de mama se torne agressivo e intratável", diz.
A equipe de pesquisa, que incluiu a médica Sahra Borges, autora principal do estudo e pesquisadora pós-doutoranda no laboratório de Storz, descobriu que a codificação genética da PRKD1 foi silenciada em todos menos um subtipo de câncer de mama invasivo, incluindo o agressivo câncer de mama triplo-negativo. O subtipo é o carcinoma lobular invasivo.
Sahra Borges também desenvolveu um ensaio que pode ser usado para medir a quantidade de PRKD1 que é paralisada em pacientes com tumores na mama.
"Como descobrimos que a PRKD1 é progressivamente silenciada, conforme o câncer de mama se torna mais agressivo e se espalha, a esperança é de que esse teste possa ser mais desenvolvido e usado para predizer que pacientes correm o risco de metástase do câncer e, portanto, podem se beneficiar do uso de decitabina", ela diz.
A decitabina, aprovada pela FDA (órgão dos EUA que controla a comercialização de alimentos e medicamentos) para tratamento de alguns cânceres de sangue, é um agente de desmetilação, significando que ela pode ativar genes benéficos, tais como a PRKD1, que o câncer silenciou para crescer.
Tratar genes que foram paralisados é muito mais fácil do que tentar restaurar a função de um gene que passou por mutação, diz Storz. A função normal da PRKD1, que é expressada em células da glândula mamária, é manter a função normal ao impedir as células de transmutar para um estado em que elas podem se desalojar e se espalhar, ele diz.
Os pesquisadores esperam que esse estudo vai ajudá-los a elaborar um estudo clínico em colaboração com os médicos da Clínica Mayo, usando a decitabina para promover a volta da expressão da PRKD1 e agentes que ativem a PRKD1.
Outros pesquisadores importantes da Mayo para o estudo incluem Heike Doeppler, Edith Perez, M.D.; Cathy Andorfer, Ph.D.; Zhifu Sun, M.D.; Panos Anastasiadis, Ph.D.; E. Aubrey Thompson, Ph.D.; e Xochiquetzal Geiger, M.D. O estudo teve verbas dos Institutos Nacionais de Saúde (GM086435), do Programa Bankhead-Coley do Departamento de Saúde da Flórida, dos Programas Especializados de Excelência em Pesquisa (SPORE — Specialized Programs for Research Excellence) do Câncer de Mama da Clínica Mayo e da Fundação 26.2 com Donna.
Para mais informações sobre tratamento de cânceres de sangue na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 1-904-953-7000 ou envie um e-mail para intl.mcj@mayo.edu.
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