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Mayo Clinic: Diabetes pode ser controlado depois da remoção do pâncreas
JACKSONVILLE, Flórida — A remoção total do pâncreas de pacientes com câncer — ou com cistos pré-cancerosos em partes do órgão — não torna impossível controlar o diabetes, como sempre pensaram muitos médicos, de acordo com pesquisa feita pela Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida.
O estudo, publicado 26 de agosto na edição online do jornal HPB Surgery, avalia a situação de pacientes com diabetes, cujos pâncreas foram inteiramente removidos, no que se refere ao controle da doença. O pâncreas produz insulina para retirar o açúcar do sangue. Quando o órgão é removido cirurgicamente, o paciente precisa injetar insulina em seu corpo através de bombas externas ou injeções.
Os pesquisadores examinaram o controle da insulina, por diversos anos, em 14 pacientes cujos pâncreas foram inteiramente removidos. Eles compararam os resultados obtidos, no caso desses pacientes, com os resultados do tratamento, por injeção de insulina, de 100 pessoas com diabetes do tipo 1.
Descobriram que os pacientes dos dois grupos não tiveram muita dificuldade em controlar o nível de açúcar no sangue. E nenhuma complicação foi observada, em qualquer dos casos.
Essas descobertas deveriam reassegurar aos médicos e cirurgiões que a remoção total do pâncreas é razoavelmente segura e eficaz, diz o pesquisador sênior Michael Wallace, M.D., presidente da Divisão de Gastrenterologia e Hepatologia da Clínica Mayo de Jacksonville.
"O que confunde, há muito tempo, a cirurgia para remoção total de câncer do pâncreas ou de ciscos pré-cancerosos é a noção de que esse procedimento traz uma grande dificuldade para controlar o diabetes, em pacientes com a doença", diz Michael Wallace. "Muitos cirurgiões tentam deixar intacta, tanto quanto possível, uma boa parte do pâncreas", afirma.
"O que comprovamos nesse estudo é que, devido às admiráveis melhoras na terapia com insulina, recentemente, os pacientes sem pâncreas podem controlar seu açúcar no sangue de uma forma tão eficaz quanto o fazem os pacientes com diabetes do tipo 1", explica.
Apesar do pequeno porte desse estudo, as descobertas refletem as experiências com pacientes tratados na Clínica Mayo de Jacksonville, cujos pâncreas foram inteiramente removidos, diz o pesquisador.
Apesar de o método de preservar parte do pâncreas, tanto quanto possível, possa beneficiar muitos pacientes, deixar de remover totalmente o órgão pode colocá-los em risco. Eles podem voltar a desenvolver o câncer, que seria difícil de detectar, na parte remanescente do órgão.
Da mesma forma, pacientes que têm, potencialmente, cistos pré-cancerosos, uma condição conhecida como neoplasia mucosa papilar intraductal em parte do pâncreas, podem desenvolver os mesmos cistos nas partes do pâncreas que permaneceram depois da remoção cirúrgica parcial, ele diz. A remoção total do pâncreas elimina a possibilidade de recorrência no pâncreas remanescente.
"A maioria dos cirurgiões, hoje, toma decisões difíceis sobre a porção do pâncreas que deve ser removida de cada paciente. Mas, agora, o processo pode se tornar mais objetivo, porque demonstramos que os pacientes podem controlar o diabetes depois de uma cirurgia de remoção total do pâncreas", diz Michael Wallace.
O estudo foi financiado pela Clínica Mayo.
Para mais informações sobre este tipo de tratamento na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 904-953-7000 ou envie um email para intl.mcj@mayo.edu.