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Referências nacionais de exames para localizar pólipos em colonoscopias podem ser muito baixas, diz Mayo Clinic
JACKSONVILLE, Flórida, 21 de fevereiro de 2013 — As atuais diretrizes nos Estados Unidos fornecem referências relativas à quantidade de pólipos que os médicos devem detectar, em média, durante uma colonoscopia. Estudos recentes da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, sugerem que essas referências podem ser muito baixas.
O estudo, publicado na edição online do Gastrointestinal Endoscopy, revelou que o uso de equipamentos de geração de imagens de alta definição em 2.400 pessoas que se submeteram a colonoscopia na clínica resultou em uma taxa de detecção de adenoma (ADR — adenoma detection rate) de 25% em mulheres e 41% em homens. As atuais diretrizes nacionais estabelecem a ADR de referência em 15% nas mulheres e 25% nos homens, no caso de pessoas com um risco médio de câncer colorretal — aquelas sem um histórico familiar ou sintomas do câncer.
Adenomas são, potencialmente, pólipos pré-cancerosos e a ADR é definida como a percentagem de pacientes examinados, com pelo menos um adenoma detectado. Assim, uma ADR de 15% em mulheres significa que 15 em 100 mulheres examinadas tem pelo menos um pólipo potencialmente pré-canceroso.
"Nosso estudo sugere que as referências nacionais podem ser muito baixas, em vista de nossa crescente capacidade de encontrar pólipos, usando equipamentos de colonoscopia de alta definição que a maioria dos médicos usam hoje em dia", diz o diretor da Divisão de Gastrenterologia e Hepatologia da Clínica Mayo na Flórida, Michael Wallace, M.D., M.P.H.
"Queremos ter a capacidade de detectar todos os pólipos que possam se tornar cancerosos e nosso estudo mostra que esses pólipos podem ser mais prevalecentes do que o que foi reconhecido à época da definição dos padrões nacionais", ele diz. "Embora a maioria dos pólipos que encontramos fossem pequenos e de não podermos dizer se eles se tornariam cancerosos, nosso objetivo, como gastrenterologistas e médicos, é detectar e remover todos os pólipos potencialmente pré-cancerosos", afirma.
Michael Wallace diz que a colonoscopia resultou em uma redução de 50% na quantidade de câncer colorretal nas pessoas que foram examinadas. "Mas a pergunta que devemos nos fazer constantemente é: Por que os exames não estão prevenindo todos os casos de câncer?", explica. "Precisamos nos focar em maximizar a qualidade da colonoscopia do exame, até que possamos detectar todos os pólipos que, possivelmente, podem se tornar cancerosos e removê-los antes que isso aconteça", ele diz.
O estudo, que faz parte do estudo clínico Programa de Aperfeiçoamento da Qualidade da Endoscopia (EQUIP — Endoscopic Quality Improvement Program), também encontrou uma taxa maior de pólipos avançados em homens e mulheres. São pólipos maiores que 1 centímetro em tamanho ou que já têm uma patologia pré-cancerosa mais avançada. Os pesquisadores descobriram que 8,7% das mulheres e 15% dos homens tinham esses pólipos. "Estudos que usaram tecnologia antiga de exame de colonoscopia de definição mais baixa colocaram as taxas de detecção desses tipos de pólipos em cerca de 5%, de forma que nossas descobertas sugerem que essa taxa também deveria ser mais alta", diz Wallace.
Colonoscopias devem ser realizadas por gastrenterologistas ou por médicos certificados pelo conselho para conduzir esses exames, diz Wallace. E entre esses especialistas, a capacidade de um médico de detectar pólipos não é bem uma questão de idade ou experiência. Está mais provavelmente relacionada com um compromisso de aperfeiçoamento contínuo da qualidade — ou com o treinamento que ajuda o médico a saber o que deve procurar e como fazer isso cuidadosamente, ele diz.
O estudo foi financiado pela Fundação da Clínica Mayo para a Pesquisa e a Educação.
Para mais informações sobre tratamento de câncer colorretal e outros tipos de câncer na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 904-953-7000 ou envie um email para intl.mcj@mayo.edu.