Inteligência artificial reduz a taxa de falha na identificação de pólipos pré-cancerosos no exame de triagem de câncer colorretal

Ilustração de pólipo de câncer de cólon

JACKSONVILLE, Flórida — A inteligência artificial reduziu em duas vezes a taxa de pólipos pré-cancerosos não identificados no exame de triagem de câncer colorretal, relatou uma equipe internacional de pesquisadores liderados pela Mayo Clinic. O estudo foi publicado na revista científica Gastroenterology.

A maioria dos pólipos de cólon são inofensivos, mas ao longo do tempo alguns podem evoluir para câncer de cólon ou retal, que podem ser fatais se descobertos nos estágios finais. O câncer colorretalé o segundo câncer mais fatal no mundo, com estimativa de 1,9 milhão de casos e de 916.000 óbitos no mundo todo em 2020, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A colonoscopia é um exame usado para detectar alterações ou anormalidades no intestino grosso (cólon) e no reto.

Entre fevereiro de 2020 e maio de 2021, 230 participantes de estudo foram submetidos a duas colonoscopias comparativas no mesmo dia em oito hospitais e clínicas comunitárias nos EUA, no Reino Unido e na Itália. Uma colonoscopia usou inteligência artificial e a colonoscopia padrão, não.

A taxa de falha na identificação de pólipos colorretais pré-cancerosos foi estimada em 25%. Neste estudo, a taxa de falha na identificação foi de 15,5% no grupo submetido à colonoscopia com inteligência artificial primeiramente. A taxa de falha na identificação foi de 32,4% no grupo que fez primeiramente a colonoscopia padrão. A colonoscopia com inteligência artificial detectou que mais pólipos eram menores e mais planos, além de estarem na porção proximal e distal do cólon.

 “O câncer colorretal é quase completamente prevenível com a triagem adequada”, disse o autor principal Dr. Michael B. Wallace, presidente da divisão de gastroenterologista e hepatologia na Sheikh Shakhbout Medical City em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, e Dr. Fred C. Andersen, professor de medicina na Mayo Clinic em Jacksonville, Flórida. “O uso de inteligência artificial para detectar os pólipos colônicos e possivelmente salvar vidas é uma notícia bem-vinda e promissora para os pacientes e suas famílias.”

Além disso, as taxas de falso negativos foram de 6,8% no grupo que foi submetido primeiramente à colonoscopia com inteligência artificial. E foi de 29,6% no grupo que fez a colonoscopia padrão primeiramente. O resultado falso negativo indica que a pessoa não tem uma doença específica, quando de fato tem.

O autor principal do estudo e o investigador principal é o Dr. Michael B. Wallace, da Sheikh Shakhbout Medical City em Abu Dhabi, UAE e Mayo Clinic in Jacksonville, Flórida. Os coautores são Dr. Cesare Hassan, do Hospital Nuovo Regina Margherita em Roma, Itália; Dr. James East, do Hospital John Radcliffe em Oxford, Reino Unido e na Mayo Clinic Healthcare em Londres; Dr. Frank Lukens, da Mayo Clinic em Jacksonville, Flórida; Dr. Genci Babameto, do Sistema de Saúde da Mayo Clinic em La Crosse, Wisconsin; Dra. Daisy Batista do Sistema de Saúde da Mayo Clinic em La Crosse, Wisconsin; Dr. Davinder Singh do Sistema de Saúde da Mayo Clinic em La Crosse, Wisconsin; Dr. William Palmer da Mayo Clinic em Jacksonville, Flórida; Dr. Francisco C. Ramirez da Mayo Clinic em Scottsdale, Arizona; Dra. Tisha Lunsford da Mayo Clinic em Scottsdale, Arizona; Dr. Kevin Ruff da Mayo Clinic em Scottsdale, Arizona; Dr. David Cangemi da Mayo Clinic em Jacksonville, Flórida; Dr. Gregory Derfus do Sistema de Saúde da Mayo Clinic em Eau Claire, Wisconsin; Dr. Victor Ciofoaia e outro coautor que estiveram filiado à Mayo durante o estudo, mas desde então deixaram a Mayo.

A Cosmo Artificial Intelligence-AI Ltd. financiou o estudo.

O Dr. Wallace tem interesse financeiro na Verily, Cosmo Pharmaceuticals, Fujifilm, Olympus e Virgo.

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