A infecção por HPV pode causar câncer bucal e de garganta

OWATONNA, Minnesota — Talvez você já tenha ouvido falar sobre a relação entre a infecção por papilomavírus humano (HPV) e certos tipos de cânceres cervicais, mas você sabia que a infecção por HPV também está relacionada a um maior risco de câncer bucal e de garganta?

Para evitar esses tipos de câncer, os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos recomendam que todos os meninos e meninas sejam vacinados contra HPV aos 11 ou 12 anos de idade, antes da exposição ao vírus.

O que é o HPV?

O HPV é uma infecção vira que geralmente causa o crescimento de saliências ou verrugas na pele. O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum nos EUA, com mais de 42 milhões de pessoas infectadas.

A infecção por HPV acontece quando o vírus entra no corpo geralmente por meio de um corte, lesão ou pequeno ferimento na pele. O vírus é transmitido sexualmente ou através do contato com a pele. Há mais de 100 tipos de HPV. Na maioria dos casos, o sistema imunológico do corpo combate uma infecção por HPV antes do surgimento de verrugas, por isso é fácil ter HPV sem perceber.

A relação entre o HPV e o câncer

Alguns tipos de infecção por HPV podem causar câncer. Por exemplo, praticamente todos os cânceres cervicais são causados pela infecção por HPV. O HPV também pode causar cânceres na garganta e boca, porém há uma tendência de que eles sejam menos agressivos em relação aos outros cânceres não relacionados com o vírus.

Uma infecção por HPV pode infectar a boca e a garganta e causar câncer de orofaringe, que abrange a parte posterior da garganta, a base da língua e as amígdalas.

Os homens têm duas vezes mais chances de serem diagnosticados com câncer orofaríngeo do que as mulheres, principalmente devido aos hábitos que aumentam os riscos, como o uso de tabaco, o consumo excessivo de álcool e má alimentação. Os homens também estão mais propensos à exposição de substâncias tóxicas no trabalho.

Os sintomas não específicos de câncer bucal e de garganta

Um dos desafios para o diagnóstico de câncer bucal e de garganta é que muitos sintomas são comuns para outras doenças ou condições e não são específicas para o câncer. Essas condições incluem feridas que não cicatrizam, tosse, dor de garganta, dor de ouvido, dificuldade para engolir ou rouquidão. É fácil acreditar que esses sintomas acontecem devido a um resfriado comum, a alergias sazonais ou a uma comemoração exagerada.

Opções de tratamento para câncer bucal e de garganta

As opções de tratamento para câncer orofaríngeo variam e são baseadas em muitos fatores, tais como a localização e o estágio do câncer bucal e de garganta, os tipos de células envolvidas, se as células demonstram sinais de infecção por HPV, a saúde em geral, e as preferências pessoais. A equipe de tratamento discutirá os riscos e benefícios para cada opção e trabalhará com o paciente para determinar o melhor plano e objetivos para cada caso.

Os tratamentos podem incluir:

  • Radioterapia
  • Cirurgia para remover o câncer que não se espalhou para outras áreas
  • Cirurgia para remover parte da garganta, caixa vocal ou nódulos linfáticos
  • Quimioterapia
  • Terapia medicamentosa
  • Imunoterapia

Prevenção do câncer bucal e de garganta

Ainda que não haja uma maneira comprovada de evitar os cânceres bucal e de garganta, é possível colocar em prática estas etapas para reduzir os riscos:

  • Tomar a vacina contra o HPV.
    O CDC descobriu que mais de 90 por cento dos cânceres causados por HPV poderiam ser evitados pela vacinação. No momento, o CDC recomenda que todas as crianças entre 11 e 12 anos recebam duas doses de vacina contra o HPV com pelo menos 6 meses de intervalo. Os adolescentes e jovens adultos com até 26 anos de idade também podem ser vacinados. Alguns adultos entre 27 e 45 anos podem decidir receber a vacina contra o HPV com base nas orientações da equipe de cuidados de saúde. Caso não seja possível receber a vacina contra o HPV, é recomendável diminuir a exposição ao risco de infecção por HPV diminuindo o número de parceiros ou parceiras sexuais e usando preservativo ou protetor bucal de látex durante as relações sexuais.
  • Não fumar ou usar tabaco.
    Caso fume ou use tabaco sem fumaça, é recomendável parar. Parar de fumar pode ser desafiador, portanto, converse com a equipe de cuidados médicos sobre as estratégias de abandono do tabagismo, como uso de medicamentos, aconselhamento e produtos de substituição de nicotina.
  • Consumir álcool moderadamente, se possível parar.
    Caso decida consumir álcool, é recomendável fazê-lo com moderação. Para adultos saudáveis, estamos falando de uma dose de bebida por dia para as mulheres e duas para os homens.
  • Consumir uma dieta rica em frutas e vegetais.
    As vitaminas e antioxidantes presentes nas frutas e vegetais podem reduzir o risco de câncer de garganta. É recomendável consumir uma variedade colorida de frutas e vegetais.
  • Usar uma máscara respiratória se estiver perto de produtos químicos perigosos.
    Reduza a exposição a produtos químicos usando uma máscara respiratória e outros equipamentos de proteção individual.

Converse com o profissional de cuidados médicos caso perceba sintomas respiratórios comuns que não desaparecem, como tosse, dor de garganta ou inchaço nas glândulas do pescoço.

— Dr. Gregory Jones, especialista em ouvido, nariz e garganta no Sistema de Saúde da Mayo Clinic em Owatonna, Minnesota.

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