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Estudo da Mayo Clinic sobre o câncer de mama descobre novo tipo de mutação
JACKSONVILLE, Flórida, 16 de abril de 2012 — Pesquisadores da Clínica Mayo, em Jacksonville, Flórida, descobriram uma nova classe de mutação molecular em várias formas de câncer de mama. A descoberta pode esclarecer ainda mais o desenvolvimento e o crescimento de tipos diferentes de tumores na mama. Chamadas transcrições da fusão, as formas com mutação do RNA também podem fornecer uma forma de identificar subtipos de tumores e oferecer novas estratégias para tratá-los, dizem os pesquisadores.
O estudo, publicado na edição de 15 de abril do jornal Cancer Research, é o primeiro a buscar, de uma forma sistemática, genes de fusão e transcrições de fusão associados a tipos diferentes de câncer de mama.
Atualmente, os oncologistas reconhecem três tipos básicos de tumores: ¾ receptor de estrogênio positivo (ER- positivo), HER2-positivo e triplo negativo.
"Mas o câncer de mama é bem mais complexo do que o indicado por esses três subtipos. E uma das dificuldades de tratar a doença é identificar os marcadores do gene que predizem como um tumor vai reagir a um tratamento específico", diz a pesquisadora sênior do estudo, Edith Perez, M.D., diretora adjunta do Mayo Clinic Comprehensive Cancer Center in Florida (Centro Completo do Câncer da Clínica Mayo na Flórida) e diretora do Breast Cancer Translational Genomics Program (Programa de Genômica Translacional do Câncer de Mama), que envolve pesquisadores das três unidades da Clínica Mayo.
"A descoberta das transcrições da fusão de subtipos específicos no câncer de mama representa um passo nessa direção", ela diz. "Nossas descobertas indicam que as transcrições da fusão são muito mais comuns no câncer de mama do que se sabia até agora. Elas representam uma nova classe de mutação, cujo papel no câncer de mama ainda não é entendido, de modo algum", afirma.
"Transcrições da fusão têm a capacidade de produzir proteínas que são relevantes ao desenvolvimento e ao crescimento do tumor, bem como a sua sensibilidade ao tratamento. Assim, podemos ter um conjunto inteiramente novo de mudanças genômicas, que podem nos ajudar a entender e a tratar o câncer de mama de uma nova maneira", diz o professor de Biologia do Centro Completo do Câncer da Clínica Mayo, E. Aubrey Thompson, Ph.D., que também é codiretor do Programa de Genômica Translacional do Câncer de Mama.
"Essa é uma descoberta nova que, agora, vai requerer mais pesquisas", ele diz. "Precisamos entender o que essas transcrições da fusão e proteínas estão fazendo", declara.
Transcrições da fusão são criadas quando os cromossomos se dividem e se recombinam, um fenômeno que comumente ocorre em células cancerosas. Durante esse processo, os genes da fusão são criados quando duas metades de genes normais se ligam. Os genes da fusão (DNA) criam transcrições da fusão (RNA), que, então, produzem proteínas da fusão.
"Erros acontecem", diz E. Aubrey Thompson. "Essa é uma das propriedades salientes das células do tumor, porque são imperfeitas na reparação do dano de seus genes", declara.
"Essas proteínas com mutação podem ter uma função inteiramente nova na promoção do câncer ou podem interferir nas funções normais das células".
Transcrições da fusão são comuns em tipos de câncer do sangue, como leucemia e linfoma. Antes dessa descoberta, no entanto, algumas foram encontradas em tipos sólidos de câncer, como no câncer de mama.
Como os genes, transcrição e proteínas da fusão são geralmente encontrados apenas em tumores, eles se tornam biomarcadores ideais para a identificação de células cancerosas, diz Edith Perez.
Além disso, as proteínas produzidas por transcrições da fusão podem ser relevantes para o crescimento dos tumores, como já se observou em cânceres do sangue e em câncer do pulmão, ela diz.
"Essas transcrições podem marcar regiões de instabilidade cromossômica localizada, que está associada ao crescimento do câncer de mama. Se conseguirmos desenvolver medicamentos contra essas transcrições, eles serão alvos terapêuticos ideais", diz Edith Perez. "Temos muito trabalho estimulante a realizar nos próximos anos", declarou.
O estudo foi financiado parcialmente por verbas do Programa State of Florida Bankhead-Coley, da Breast Cancer Research Foundation (Fundação de Pesquisa do Câncer de Mama), da 26.2 with Donna Foundation, da Carmichael Family Foundation (Fundação da Família Carmichael), da Eveleigh Family (Família Eveleigh), do National Cancer Institute (Instituto Nacional do Câncer) e da Mayo Foundation (Fundação Mayo).
Como uma destacada instituição financiada pelo Instituto Nacional do Câncer, o Mayo Clinic Cancer Center (Centro do Câncer da Clínica Mayo) realiza pesquisas básicas, clínicas e da ciência da população, traduzindo descobertas em métodos aperfeiçoados de prevenção, diagnóstico, prognóstico e terapia.
Para mais informações sobre tratamento de câncer de mama e outros tipos de câncer na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 904-953-7000 ou envie um email para intl.mcj@mayo.edu.