• Estudo Revela que Marcador do Sistema Imunológico não É Beneficiado por Trastuzumabe em pacientes do câncer de mama HER2 positivo

JACKSONVILLE, Flórida, 10 de dezembro de 2014 — Um marcador do sistema imunológico, que indica melhores resultados em pacientes tratados com quimioterapia para câncer de mama triplo negativo, também está ligado a melhores prognósticos em pacientes tratados com quimioterapia para câncer de mama HER2 positivo. Mas esse marcador — a quantidade de linfócitos infiltrantes no tumor (S-TILs) em uma biópsia — parece irrelevante quando o trastuzumabe é usado.

E como o trastuzumabe — e não apenas a quimioterapia — é o padrão de tratamento para a subclasse HER2 positivo do câncer de mama, não é necessário examinar esses linfócitos em pacientes com HER2 positivo a fim de predizer o resultado, dizem pesquisadores da Clínica Mayo da Flórida.

Essa descoberta, apresentada no “Simpósio do Câncer de Mama de San Antonio de 2014” (2014 San Antonio Breast Cancer Symposium), não significa que o sistema imunológico nessa classe de câncer não é importante — apenas é, provavelmente, mais complicado do que medir o número desses linfócitos, diz a principal autora do estudo, a médica Edith A. Perez, vice-diretora geral do Centro de Câncer da Clínica Mayo (Mayo Clinic Cancer Center) e diretora do Programa de Genômica Translacional do Câncer de Mama na Clínica Mayo da Flórida.

“Os pesquisadores estão realmente interessados nos componentes diferentes do sistema imunológico, como um prognosticador da história natural do câncer de mama, e nos benefícios de terapias diferentes, mas pode ser que quando o trastuzumabe é usado, é a função do sistema imunológico — e não o número de linfócitos — que é importante”, diz Edith Perez.

Ela também observa que os S-TILs podem fazer duas coisas: eles podem promover a morte dos tumores, mas também podem, na verdade, criar substâncias para ajudar o câncer a crescer. “Não sabemos que efeito eles têm quando o trastuzumabe é usado”, ela diz.

O estudo mediu os S-TILs no diagnóstico de cerca de 1.000 pacientes, com câncer de mama HER2 positivo em estágio inicial, inscritos no estudo N9831, que testou o tratamento só com quimioterapia ou com quimioterapia e trastuzumabe. Apenas os pacientes tratados só com quimioterapia apresentaram maior sobrevivência sem recorrência, quando a quantidade de S-TILs era alta.

As descobertas contradizem um estudo menor de pacientes com HER2 positivo, segundo o qual níveis maiores de S-TILs foram vinculados a maior benefício do trastuzumabe. Esse estudo sugeriu que os tumores de pacientes com a doença HER2 positivo deveriam ser examinados para medir a quantidade de S-TILs, a fim de determinar o benefício da terapia.

“Nosso estudo é muito mais definitivo, mostrando que esse exame não é necessário no subconjunto de pacientes com câncer de mama HER2 positivo”, diz Edith Perez.

“Esse estudo faz parte de uma série que estamos conduzindo, para determinar que pacientes devem usar o trastuzumabe. Estamos agora prescrevendo o medicamento para todas as pacientes com tumores HER2 positivo, mas nem todas se beneficiam dele”, ela diz.

Pesquisadores da Clínica Mayo de Rochester, da Universidade de Indiana, da Genomic Health e da Universidade da Califórnia em San Francisco participaram do estudo.

O estudo foi parcialmente financiado pela Clínica Mayo, pela Fundação 26.2 com Donna, bem como pela Fundação de Pesquisa do Câncer de Mama e pelo Instituto Nacional do Câncer dos Institutos Nacionais de Saúde, sob as subvenções números U10CA180821 e U10CA180882 da Aliança para Estudos Clínicos em Oncologia e CA025224 do legado do Grupo de Tratamento do Câncer North Central (NCCTG — North Central Cancer Treatment Group). O estudo foi registrado em clinicaltrials.gov como NCT00005970.

Para mais informações sobre tratamento do câncer de mama e outros tipos de câncer na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 1-904-953-7000 ou envie e-mail para intl.mcj@mayo.edu. Para mais informações em português, visite mayoclinic.org/portuguese/.

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